1/07/2008

Morro muito no dia de hoje

Hoje não estou nada bem. Os acontecimentos me entediam. Conhecem isto não é? Claro que os acontecimentos do Bananão me deixam com preguiça, com sono, mas o que me incomoda hoje não é um acontecimento desta terra que insistem em chamar de país, se bem que motivos não faltam. São fatos de minha vida mesmo. Quem leu meus posts anteriores (pouquíssimos leitores, eu sei), sabe que eu estou apaixonada e isto não é nada bom, de verdade. Não nessa altura do campeonato, não nessa altura de minha vida. Sei que não é coisa de se escrever num blogue. Diarinho não está com nada. Ninguém está interessado em minha história, nem em meu dia-a-dia. Mas só tenho esta arma: a pena. Ou melhor, o teclado. Escrevo, pois tenho que fazer algo. Sei que pode sair muita porcaria por metro quadrado, mas nem quero saber. Estou tão triste, mas tão triste que se aquele menino bonito do post do bigodudo me enviasse uma mensagem agora, nem daria bola. Ele não sabe o quanto me magoou. Não tem a menor noção. Mas, pensando bem, eu também estou meio sem noção. Bem Joselito mesmo. Já me conhecem, hipócrita leitor, me descabelo, choro e me desespero. Sou passional. Vou ouvir uma música bem fossa, bem Maysa e... chorar. Estou escrevendo e chorando agora. As lágrimas insistem em cair. Limpo. Monsieur Touvel pergunta o que tenho. "Nada, apenas melancolia". E ele não entende nada. Ele quer me ajudar, mas eu não tenho o que lhe dizer. Digo apenas que estou triste. A vida não é fácil para quem arrisca como eu. Eu me arrisquei me achando desprendida. Não sou. Sou uma tremenda boba que pode não acreditar no Todo Phoderoso, mas acredita nas pessoas. Vou começar a ser mais cética também com os que me cercam, não só com políticos (estes, além de tudo, me enojam).

Minha intensa alma foi entregue a alguém desprovido de alma, desprovido de sentimento e isso dói imensamente. A dor é contínua e intensa. Alguns minutos com a alma intensa e horas com a alma fortuita. O que sou, senão um pedaço de carne imolada no sentimento mais pavoroso? Choro copiosamente. Choro porque é a manifestação mais autêntica dos desvalidos, dos tolos, dos fracos. Não sei o que será de mim hoje, amanhã, depois de amanhã. Sei que devo continuar. Mas como continuar se nada me interessa mais? O que será de mim? Lembro Auden: "apague estrelas, desmonte o sol. Nada mais fará sentido novamente". Nada, absolutamente nada. Lembro Bruno Tolentino: "Tudo vai-se acabando, tudo passa do que é ao que era. É tudo mais ou menos uns vestígios de fumaça no espaço do que deixas para trás. E tudo o que deixaste ou deixarás de manso ou de repente, sem que faça diferença nenhuma no fugaz, é assim como a garoa na vidraça: intimações de lágrima delida. Não valeu chorar nada. Nem te atrevas a lamentar-te à porta da saída, pois pouco importa a vida como a levas, que ela te leva a ti, de despedida em despedida, a uma lição de trevas". Melancólico, angustiante, triste. Tristeza profunda, que de tão profunda, mesmo sabendo que todo dia morremos um pouco, morro muito no dia de hoje.

3 comentários:

Anônimo disse...

Babe, nada como ansiar a ressaca que vem depois dessa maré que vc passa. Pq na ressaca a gente vira um outro ser interessante, refazendo a armadura para o próximo embate.

Eu acho, né? Então, boa ressaca.

Teu nick deveria até mudar qdo tu mudar de cena (eu acho, #2)

De um filme água com açucar visto outro dia: Every story has an end. But in life, every end is a new beginning.

Issaí.

Anônimo disse...

Ei, Enio, querido. Seja muito bem-vindo neste espaço. Ainda estou meio tonta com os acontecimentos, mas sei que passa. Como diria o pensador anão Nelson Ned, tudo passa, tudo passará. E eu, passarinho... mas esse é o Quintana. Misturei tudo. Beijos

Anônimo disse...

Pó misturar que ao pó voltaremos todos.

=^D