1/16/2008

Quero ser Maud

Sei que ontem andei muito bananeira, muito brega. É que a fauna é tão vasta por estas terras que eu não resisto. Mas agora gostaria que vocês lessem um pouco de William Butler Yeats, que dispensa apresentações. Saibam, caros leitores, que adoraria ter sido sua Maud, e, ao contrário dela, corresponderia seu amor. Este olhar atormentado que ele tem, encanta-me.

When You are Old

When you are old and grey and full of sleep,
And nodding by the fire, take down this book,
And slowly read, and dream of the soft look
Your eyes had once, and of their shadows deep;
How many loved your moments of glad grace,
And loved your beauty with love false or true,
But one man loved the pilgrim soul in you,
And loved the sorrows of your changing face;
And bending down beside the glowing bars,
Murmur, a little sadly, how Love fled
And paced upon the mountains overhead
And hid his face amid a crowd of stars
.

Estou com paciência. Tasco uma tradução meio tosca. Nada como ler o original, mas lá vai:

QUANDO FORES VELHA

Quando fores velha, grisalha, vencida pelo sono,
Dormitando junto à lareira, toma este livro,
Lê-o devagar, e sonha com o doce olhar
Que outrora tiveram teus olhos, e com as suas sombras profundas;
Muitos amaram os momentos de teu alegre encanto,
Muitos amaram essa beleza com falso ou sincero amor,
Mas apenas um homem amou tua alma peregrina,
E amou as mágoas do teu rosto que mudava;
Inclinada sobre o ferro incandescente,
Murmura, com alguma tristeza, como o Amor te abandonou
E em largos passos galgou as montanhas
Escondendo o rosto numa imensidão de estrelas.


É pessoal, a rapadura é doce, mas não é mole. Yeats não foi um dos formadores de meu caráter, mas sim, um dos formadores de minha alma.

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