2/16/2008

Terra de Gigantes

Ei, Rabbit, sei que não me lê, mas eu leio você. Se quiser, vou dar uma dica para sua próxima coluna. É de graça. Não que eu queira pautá-lo, por favor, Oh! grande do jornalismo adesista. É que sei que são tantas notícias, tantos escândalos que mesmo jornalistas atentos e totalmente antenados como você deixam passar algumas, não é mesmo? Como a questão dos cartões corporativos você considerou muito mixuruca para fazer alarde, afinal, qual o problema com a tapioca do ministro? qual o problema com a mesa de sinuca encalacrada num ministério? -eu é que sou mesquinha e preocupo-me com questões menores; acredito que você possa escrever sobre as teles. O imbróglio com a Telecom Italia é dos grandes, assim como você, que é um grande jornalista -não um imbróglio. Chega de escrever sobre café pequeno, vamos falar de coisas grandes, vamos falar de zilhões, de instituições, de executivos poderosos e Dele*, sim, o Efelentífimo. O nominho Dele**, segundo aquele chato que vive denunciando falcatruas deste governinho, foi citado num processo lá na longínqüa Itália. O chatinho, que não é jornalista e tampouco é grande como você, diz em sua coluninha de hoje:

Na semana passada, recebi uma cópia de um despacho emitido no finzinho de 2007 pelo Ministério Público italiano. Na página 33, pode-se ler um trecho do interrogatório de 5 de maio de 2007 de Giuliano Tavaroli, um dos diretores da empresa. Ele declarou:

"Sendo um homem do presidente Lula, (Mauro) Marcelo, depois de assumir o cargo no serviço secreto, nos garantiu seu apoio institucional, uma vez que (Daniel) Dantas era um inimigo do presidente Lula".

Como é que é? Apoio institucional? Lula pode ser inimigo de quem ele quiser. Daniel Dantas que se dane. Mas a suspeita de que isso teria motivado uma oferta de apoio institucional a uma empresa em detrimento de outra precisa ser contrastada. Por mais temerário que seja o acusador.

Veja bem, Rabbit, um colunistazinho de uma revistinha escreveu sobre uma coisa grande. Você, como um grande jornalista e colunista do maior jornal do país, não pode deixar passar uma notícia destas, concorda? Esqueça os cartões corporativos. Deixe que disso nós, os pequeninos e mesquinhos, tomamos conta. Quero que você escreva sobre acontecimentos grandes. Por mais que nos entediem como dizia nosso querido Valéry. Vamos lá, Coelho, tenho certeza que você consegue.

* escrevo Dele, assim, com maiúscula, para homenagear os grandes da imprensa chapa-branca, já que para eles o Efê é Deus.
** só peço perdão a um outro querido amigo, também jornalista -não chapa-branca, que corrigiu num post por mim publicado com texto dele, um "presidente" com p maiúsculo, tratando do Efê. Já corrigi lá no outro texto, caro amigo. Você tem toda razão: um ser minúsculo, com letra minúscula.

Erramos (feito a Folha): a pedidos -na verdade um pedido só, devo consertar um deslize. Não coloquei o nome inteiro do grande jornalista chapa-branca a quem tento pautar. Ausência de malícia? Amadorismo? Os dois juntos. A exemplo de um texto que li certa vez: O nome dele é Marcelo Coelho, Marcelo Coelho, Marcelo Coelho. Não esqueçam, Marcelo Coelho. O nome dele é Marcelo Coelho, Marcelo Coelho, Marcelo Coelho. Estão vendo? Só muda o sobrenome, o "Marcelo" continua.

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