A velha surda da Praça é Nossa, aquele programa de humor sutil, escreveu isso. Eu gosto. E olha que eu não costumo gostar nem das obras dessa gente que assina manifesto em favor de políticos acusados de serem quadrilheiros. Mas, lá vai:
TRADUZIR-SE
Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir-se uma parte
na outra parte
-que é uma questão
de vida ou morte
-será arte?
Chega por hoje. Escrevi, escrevi, mas o pensamento voa.
3/13/2008
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