3/02/2008

Reinaldo Azevedo e Gerald Thomas constatam que séquiço por telefone é chato (E resolvem se encontrar pessoalmente).

Claro que os dois ficaram constrangidos por lerem neste blogue com quase três leitores a minha opinião abalizada acerca de séquiço por telefone, que pode ser engraçadinho, mas cansa e fica maçante; então resolveram se encontrar. Os leitores do Reinaldão estão em polvorosa, não podem acreditar que o cueca verde possa ter convencido o Reinaldo a assistir suas peças "conceituais". Calma, comentaristas reinaldianos. Os dois só deram provas de que são civilizados. Só deram provas de que, mesmo com muita divergência, pode ter um monte de convergência. Um querido amigo disse-me que acharia até divertido bater um papo com Thomas. Eu nem discordo disso, desde que antes me dêem mais de três taças com vinho (do bom, tá?, não me venham com Chapinha, senão o dia seguinte é uma droga). Não acredito que Thomas me acrescentaria algo, mas posso estar enganada. Eu confesso já ter assistido a uma peça de Thomas. E caretona, viu? Minha cotação? Prefiro 5 marteladas em minha cabeça quando estou com aquela enxaqueca dos diabos. Tem comentarista no Reinaldo que diz que se Lula ligasse pra ele, mudaria suas posições. Quanta bobagem. Como disse um outro amigo querido, também existem idiotas entre os que compartilham nossas ideologias.
Reinaldo também escreveu sobre célula-tronco. É um assunto delicado pra mim. Papai fez uma cirurgia com célula-tronco para consertar seu coração cansado. Operou numa terça, morreu num sábado, dia de jogo do Brasil em Copa do Mundo -o Brasil perdeu pra França, lembram-se de primeiro de julho de 2006?, acham que boto a culpa na coitada da tronco? Não, claro que não. O que quero dizer mesmo é sobre o aspecto religioso deste assunto, assim como Reinaldo.
Sou atéia. Não-militante. Não sou destas que tentam provar a inexistência de Deus. Sou porque não consigo acreditar. Já tentei. Mas a maioria de meus amigos é crente (não no sentido de neoevangélico, por favor). Eu os admiro. Eu acredito também no que Reinaldo diz. Fala de princípios. Sim, eu, por exemplo, tenho meus princípios. Sigo um amontoado de coisas que a igreja católica propõe, não porque ela propõe, mas por, coincidentemente, achar correto para minha vida. Alguns ficarão pasmos com minha revelação, mas vou dizer assim mesmo: nem todo ateu é desprovido de ética. Demorou muito para que eu assumisse minha condição de atéia. Preocupava-me com que os outros pensariam. E o Dawkins e companhia bela, por mais brilhantes que possam parecer, quando escrevem sobre este assunto são boçais que falam de forma raivosa da inexistência de Deus como um bando de fundamentalistas ateus. Bobagem. E dizer que só porque alguém é ateu, é de esquerda, outra bobagem das grossas. Conheço um monte de gente que odeia a esquerdização idiota de nosso país e simplesmente não acredita em Deus. Diogo Mainardi taí para provar. Diogo, definitivamente, não é ateu militante. Quando esta condição torna-se tranqüila no indivíduo, não há a menor necessidade de escancará-la e nem de tentar convencer aos outros. É a individualidade, só isso. E viva a diferença. Ignorância é não respeitar as diferenças. Soou como uma frase esquerdista? Que nada. Os esquerdopatas querem todos iguais, querem todos um bando de salsichinhas para o grande irmão comandar. A mim, ninguém comanda. Só pro meu pai, pra minha mãe, e um beijo pra você, Xuxa.

2 comentários:

Anônimo disse...

Não entendo a vaidade dos bloguistas. Impressionante como acham que têm algo para dizer aos outros. Impressionante como pensam que suas palavras podem representar algo para alguém. Impressionante como têm necessidade extrema de manifestar: "sou eu!eu estou aqui! me vejam!.

Coisa de maluco.

Marie Tourvel disse...

Mais maluco ainda é quem vem ler isso tudo, não acha? E como anônimo. Eu, por exemplo, acho bem mais produtivo ler um livro. Mas vê se lê livro bom, viu? Um grande abraço, maluco.