4/13/2008

Dos bocós

Existem situações em que não deveríamos mais nos surpreender, não é mesmo? Não deveríamos mais nos decepcionar com serezumanos, essa catchiguria tão exemplar da natureza. Eu, por exemplo, sou um serumano, e portanto ajo como tal. Procuro me policiar para não ferir ninguém, ser justa, manter uma retidão para minha vida, não em benefício de qualquer outra pessoa, mas em meu próprio. Das poucas vezes em que saí do trilho de minha vidinha pacata, sempre me dei mal. Não mal com os outros, mas mal comigo mesma. Não que eu considere que a forma como vivo minha vida seja "a" correta. Não tem certo e errado. Tem o meu certo, tem o meu errado. Mas sei que determinadas coisas não se pode fazer, sendo o meu "errado" ou de qualquer outra pessoa. Poderia falar por aqui em honestidade, inclusive a intelectual. O problema é que para mim, ou se é ou não se é, não existe meio termo. Honestidade é obrigação, não qualidade. O fato é que sou daquelas que se surpreende, sim, que se decepciona, sim. Escrevo este post que pode parecer chato só para dividir com meus 4 ou 5 leitores minha descoberta. Descobri que estou feliz da vida por entender esse mecanismo que faz com que eu ainda me surpreenda e me decepcione com meus irmãos, com meus semelhantes. Parece masoquismo, mas não é. É que desse modo não perco minha essência. Por mais estapafúrdio que possa parecer esse meu relato, só constato que sou ingênua, sim. Sou uma bocó, como disse certa vez um amigo meu sobre nós dois. Ele disse: "Somos dois bocós". Não tenho o menor medo de dizer isso. E não quero que pensem que isso aqui seja um post vitimizado, não. Não estou me fazendo de vítima, de forma alguma. É só uma maneira de expressar minha alegria em poder dizer que mesmo trabalhando num setor tão imundo que é o mercado financeiro, não conseguiram me transformar em um serumano imundo. Ainda me surpreendo, ainda me decepciono. Next!!!

8 comentários:

Alexandre, The Great disse...

Chiii, Marie... entendi quase tudo que vc disse e me identifiquei com algumas das suas 'quimeras', apenas corrija o serumano. O "correto" (pelo menos foi como li numa prova do último ENEM) é : cêromano, viu?

Beijos pra vc,

Rodrigo Rover disse...

Não sei se ajuda, mas eu tenho o princípio: jamais subestime a capacidade humana de fazer o mal ou o bem. A surpresa é característica nata... pra nossa sorte E azar. Sobre o post abaixo: vi um DVD sen-sa-cio-nal do Clapton hoje. Sou daqueles "claptonmaníacos" (piada q só tem graça quando falada... escrita não). Take care, baby.

Marie Tourvel disse...

Pois é, Alex, querido, errei de novo ao escrever cêromano. Adorei sua visita, viu. Vem mais, vem? Beijos

Marie Tourvel disse...

É isso Rover, é nata. Gente como nós vai sempre se surpreender, se decepcionar. Que ruim, mas que bom, né? Então, querido, somos cleptonmaníacos, precisamos nos falar para dizer essa piada. Quando vier a São Paulo avisa, tá? Beijos, querido.

Léo Mariano disse...

olá Marie.

Desonestidade tira o bom humor de qualquer um !

Mas como eu acho, eles não sabem o mal que fazem pra eles mesmos, além daqueles que atingem.

O desonestos se enforcam com a própria corda com quem querem amarrar "os bocós"!

abs

Marie Tourvel disse...

É isso mesmo, Leo. Eu fico brava com isso. E surpresa, e decepcionada, mas sei que um dia passa, mas pra eles não vai passar, não. É tão bom recebê-lo por aqui... Beijos

Shirley disse...

É, manazinha, no dia que vc perder essa capacidade de se surpreender você estará se tornando um ser que nem acho nome agora, mas que será, provavelmente, uma coisa horrível. E eu, sim, ficarei surpresa se esse dia vier a chegar :-S
Bjo, queridona, qqer coisa, grita! :-D

Marie Tourvel disse...

Pois é, Shi, querida, esse dia não vai chegar nunquinha, viu? E pode deixar que eu grito, tá? Beijos