5/02/2008

Como assim, Fiuza?

No dia 28 de abril, o Guilherme Fiuza, um jornalista de quem gosto e que tem um blogue bacana, escreveu este post. Quando não estou com aquela preguiça bananeira, geralmente comento, principalmente quando fico indignada com uma ou outra opinião, seja do blogueiro, seja de comentaristas. Nesse dia tive uma preguiça além da conta. Ler isso de um jornalista reconhecidamente chapa-branca é uma coisa, mas ler isso do Fiuza, doeu, viu? Será que ele desaprendeu todo conceito verdadeiro de democracia? Quer dizer que democracia é só isso? O povo está feliz com o Efelentífimo, então se perpetua o homem no poder? Lei, então, não deve ser cumprida? A maioria quer passar por cima de leis, então, está tudo certo? Não, Guilherme, não é assim, não. E não venha com aquele velho chavão que foi mudada a lei na época do FHC para a reeleição. Caso contrário, fica aquela máxima dos lulopetistas: "olha, eles fizeram todo esse tempo, agora só porque é um findicalifta de língua preva -pleonasmo, aliás, sem o dedo mindinho e praticamente analfabeto, não pode fazer, né?" É Fiuza, não pode roubar, não pode ser inepto, não pode dizer que não sabia de nada, não pode fazer de cada lançamento de obra um comício, não pode tanta coisa. Sabe por que? Porque viver numa democracia tem seu preço. A liberdade tem seu preço. E não é barato, não. As leis têm que ser cumpridas. Senão, ou viveremos numa balbúrdia -na qual já estamos vivendo, ou numa ditadura -da qual não estamos nem um pouco longe. Ou você considera normal esta esquerdização toda do país? Simples assim. É inevitável citar Diogo Mainardi e uma coluna que já citei por aqui umas duas vezes, mas nunca é demais lembrar. Ele descreve tão bem a democracia que talvez tudo que eu tenha escrito aí em cima vire palavras ao vento. É melhor, muito melhor ler Mainardi. Você não me parece um adesista, um chapa-branca, talvez escreveu isso por ser mais cômodo considerar um terceiro mandato, mas garanto a você que não podemos nos acomodar. Caso contrário, caro Guilherme, essa terra aqui jamais vira um país de verdade, será sempre um país de mentira. Não é fácil assumir posições como as de Diogo Mainardi, Reinaldo Azevedo, Janaína Leite e mais uma meia dúzia por aí -não mais que isso, não. Mas tem uma hora que precisamos nos posicionar sem o comodismo de certas situações. Claro que não vai ler este texto, Guilherme, afinal, você nem sonha que eu existo, mas mesmo assim deixo uma musiquinha pra você e de quebra para a Lúcia Hipólito -essa eu não vi e nem ouvi, que foi citada junto com o Fiuza pela Nariz Gelado, e que, segundo a Nariz, também cometeu a insanidade de nas entrelinhas dizer: "é Lula de novo com a força do povo e da pova".
Musiquinha:

The Police - Walking On The Moon

4 comentários:

Alexandre, The Great disse...

P.Q.P. Marie! Vc "gostava" desse cara, entretanto eu nem o conhecia (e não estava perdendo nada, pelo que li).
Agora que já dei meu palpite, volto pra "trincheira" e vou "dormir na pontaria".

Beijos,

Marie Tourvel disse...

Quer fazer o favor de voltar logo, Alex? Sai dessa trincheira. Tudo bem que o General precisa de ajuda, mas eu preciso mais, né? Beijos e saudade

Frodo Balseiro disse...

Não acredito que o Fiuza esteja defendendo a "naturalidade e a inevitabilidade" do terceiro mandato de Mulla!
Acho que tem aí um pouco de cansaço com as pesquisas que indicam a popularidade do "indivíduo".
Eu também as vezes dou uma fraquejada quando vejo essa imensa demonstração de ignorância que é a avaliação tão elevada de Nosso Guia!
Entre defender, e constatar que é possível, vai uma grande diferença!
De um desconto Marie, o Fiuza é gente boa!
Mas que ele foi ligeiramente ambiguo, lá isso foi!
Abs

Marie Tourvel disse...

Eu sei, Frodo, querido, mas é que não é o momento de fraquejar, concorda? Não, agora, caramba. Se nem uma Kombi conseguimos encher... Eu constato ser possível, tanto é que disse há uns posts atrás que dormirei como Oblomov, mas não é hora de jornalistas como o Fiuza, que também admiro, falar desse jeito e nem a Lúcia Hipólito, né? Acho que foram acomodados, sim. É muito mais cômodo assumir uma posição a favor da maioria, né? Mesmo sabendo que a maioria nem sempre está certa, ainda mais se tratando do Bananão. Nessa, acho que o Fiuza pisou. Mas, adorei sua visita, viu? Beijos