6/23/2008

No Reino Encantado da Botocúndia

Leiam esta estória ouvindo essa bela marcha do Boa Noite Cinderela:

Edward Elgar - Pomp and Circumstance


Era uma vez uma mulherzinha (inha, inha) feinha, feinha, descendente distante da velha bota. Ela encontrou um homem feio, rústico. Ele não era mais tão pobre e era dedeta. Ela era pobra e já assistia às estrepolias de uma senhora do barulho que falava sobre séquiço na TV e se espelhava nela. Os dois se encontravam todo dia e a vontade crescia como tinha que seeeeer. Fernando Luciano (nome fiquitício) e Maria Guadalupe (nome fiquitício também) começaram a conversar. Ela dizia coisas sobre lavar vidraças, também limpeza geral e pé rachado. E ele ainda tava no esquema torno, greve e pensão. Fernando Luciano e Maria Guadalupe se casaram, geraram filhotes e finalmente Fernando Luciano depois de várias tentativas frustradas, virou rei. E, Maria Guadalupe, rainha. Ela era chamada de A Rainha Figurante. Ele, o Rei Sol, Lua, Planetas e Universo todo. Ele se apropriava de coisas feitas nos antigos reinados de seus antecessores e isso grudava nos seus súditos como goma arábica. A rainha não deixava que seu rei ficasse sozinho por um minuto. Apesar de muuuuuito feio, ela tinha ciúmes dele com a senhora do barulho, entre outras. Não que a rainha fosse bela, não, a pobra era feia de doer. E a senhora do barulho que falava sobre séquiço provocava, tentava ficar cada dia mais jovem através de intervenções pitanguirescas. Nas festas para os duques, condes e o escambau a quatro, a rainha vestia Glória Pentelho achando sempre que abafaria. Aí vinha a malvada senhora do barulho e aparecia de Xanel. Uma afronta para a Rainha da Botocúndia. E o rei dava motivos para a ciumeira toda, claro. A senhora do séquiço só gozava e relaxava, não necessariamente nessa ordem. O fato é que beeeeem antes de virar rei, Fernando Luciano, bebia por demais. E bebia uma bebida típica da Botocúndia. Maria Guadalupe gostava de uns birinaites, também. Foi durante uma das muitas bebedeiras dos dois que foi concebido Fernandinho Lucianinho, que no futuro, durante o reinado de seu pai, conseguiria transformar estrume de animais do zoológico em altas tequinologias de ouro. Era chamado de Príncipe com sorte (e uma ajudazinha de empresas súditas do Rei, que ninguém é de ferro, só de ouro). Mas o rei não parava de beber. Só que agora, o rei importava a bebida de um reino muito distante, porém, civilizado. Um belo dia a Rainha Figurante apareceu com um ferimento leve num dos rega-bofe produzido pelo palacete assobradado. Ninguém deu bola. Mas logo em seguida, a pobra apareceu com uma fratura e nenhum bobo da corte soube explicar. Uns diziam que foi o chão que a própria pobra Maria Guadalupe encerou na madrugada com cera Parquetina. Outros diziam que na verdade, o Rei Sol, Lua, Planetas e Universo todo, durante uma bebedeira deu uma surra nela pra largar a mão de ser besta e parar com essa ciumeira da senhora do séquiço do barulho. Mas nunca ninguém descobriu a verdadeira história. Só se sabia que o povo e a pova da Botocúndia queriam que o rei ficasse no trono até sua morte. E os que não viam com simpatia esta idéia eram convidados a comparecer na Corte Suprema. E esses já queriam ir para aquele reino distante e civilizado onde se fazia aquela bebida que o Rei andava bebendo. Um lugar onde a temperatura média no verão era agradáveis 16 graus. E foram felizes para sempre...

E como na Botocúndia tudo acaba em batuque na cozinha, sinhá não quer, ouçam essa musiqueta do fim. E vai uma versão ao vivo com a participação do povo e da pova. O fim do mundo:



Atualização em 24/06/2008: eu troquei o batuque aí de cima. Achei que um toque de umbanda, seria mais apropriado. Não que o Zeca Pagodinho não seja um representante a altura do reino descrito acima, afinal, "Vai vadiar" é um bom emblema para a Botocúndia. Deveria até ser usado na bandeira em vez do "ordem e progresso", mas acho que esse batuque na cozinha acima ficou com a cara da cera Parquetina.

6 comentários:

Léo Mariano disse...

oi Marie.

Que história de terror.
Mas terror "gore " mesmo vem agora com as histórias dos feudos do reino da botocundia.

Que digam vocês paulistas com chuchu que veio de pinda!

abs

Léo Mariano disse...

Olá Rover

como eu disse lá no imprensa marrom, todas essas histórias me lembram Alien Versus Predador. E a gente? sabe como, os humanos do filme...aiaia

abs

Marie Tourvel disse...

Cê viu, Leo? Essa estória é de lascar mesmo. É para assustar criancinhas. E a dos feudos também. Beijos, querido

Marie Tourvel disse...

Ó, Leo, agora que me toquei que esse comentário era pro Rover. Mas acho que ele não se importa... ehehehe. Mais beijos.

Léo Mariano disse...

putz! agora que vi.

Essas caixinhas do blogger dão cada confusão..
(agora a culpa é da caixinha :O!)
se quiser apagar pode viu ;)
sabe como é, essas coisas não são igual a um bom conhaque que põe a gente emocionada. Essas coisas do governo são o próprio diabo.

abs

Marie Tourvel disse...

Oi, querido, não vou apagar, não, já que aqui é sua casa e do Rover, também, meus dois amigos queridos, viu? Quando o Rover passar por aqui ele vai ver também que pode ser uma casa meio bagunçada, mas cabe todo mundo nela. Um grande beijo.