6/25/2008

Ninguém há de arrancar-me a luz sagrada!

Li este poema no excelente blogue da minha já amiga Lelê Carabina, Horas Extremas. Vou trascrevê-lo por aqui porque é ótimo, mas dêem um pulinho lá no blogue dela. Têm muito mais coisas bacanas.

DA VEZ PRIMEIRA EM QUE ME ASSASSINARAM

Da vez primeira em que me assassinaram
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha...
Depois, de cada vez que me mataram
Foram levando qualquer coisa minha...

E hoje, dos meus cadáveres, eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada...
Arde um toco de vela, amarelada...
Como o único bem que me ficou!

Vinde, corvos, chacais, ladrões da estrada!
Ah! Desta mão, avaramente adunca,
Ninguém há de arrancar-me a luz sagrada!

Aves da Noite! Asas do Horror! Voejai!
Que a luz trêmula e triste como um ai,
A luz do morto não se apaga nunca!

Mário Quintana

6 comentários:

Anônimo disse...

Perfeita a descrição quintaniana da vida de cada um! A tal luz, realmente, só nos tiram se abrirmos mão dela, né? Bjo, Marie!

Tânia disse...

Olá Marie,

Cheguei aqui pelas mãozinhas da Shi (muito querida e especial)ela sempre falando de vc e seu blog, mas algo sempre acontecia e eu perdia o caminho...Hoje nenhum lobo mau estava pelo caminho (entenda lobo-mau é o cara lindo que tem uma sala ao lado da minha; e este pode me devorar todinha que nem ligo, mas até aí é outra história)...

Se o Lobo mau nào me atrapalhar já irei lá conferir sua dica; que só pode ser show pois com este poema de Quintana já pode-se perceber a sensibilidade de quem o postou.

Sobre D. Ruth, só posso tecer toda minha admiração, respeito e pesar pela perda de uma grande mulher que estava muito acima de ser somente a Primeira Dama.

Bem muito prazer, e com certeza voltarei aqui mais vezes...

Ok da próxima vez trago o Lobo Mau.

Beijo

Marie Tourvel disse...

Isso mesmo, ShicaMaria. Você sempre com as palavras certinhas para as ocasiões. Obrigada, linda. Beijos

Marie Tourvel disse...

Tânia, querida. Que agradável recebê-la por aqui. Amiga da Shica é minha amiga também. Adoro essa moça, viu? Quero ver esse lobo mau, viu? Já me interessei. ;) O blogue da Lelê é muito bom mesmo. E bacana suas palavras sobre a D. Ruth, viu? Volte sempre, querida e não repare na bagunça, tá? Beijos.

Lelê Carabina disse...

Barbaridade, só agora que eu vi o post (estava em retiro da internet rsrs), obrigada! Mário Quintana é mais do que se conhece dele, popularmente falando, mas acho que acontece isso mesmo com todos os bons poetas. =)

Marie Tourvel disse...

É isso mesmo Lelê. com todos os bons poetas acontece isso. Quando li esse poema no seu excelente Horas Extremas, associei com o momento que estou vivendo. Um grande beijo e espero mais posts por lá. Que seus retiros da internet não sejam longos. :)