7/15/2008

Settembrini e o plástico-bolha

E a vida passa na TVê e o meu caso é com... o plástico-bolha. Sim, aquele plástico com bolhinhas que estouram e faz aquele barulhinho irritante. Ganhei um presente muito grande por esses dias e ele veio embalado em plástico-bolha. Daniel Dantas foi preso? Pego o plástico-bolha. Estão envolvendo jornalistas sérios por entrevistas que estavam fazendo com ele? Pego o plástico-bolha. Vaca-sagrada da blogosfera que se omite? Pego o plástico-bolha. Diogo Mainardi em mais um podcast revelador? Pego o plástico-bolha. Janaína Leite faz mais um post em grande estilo "golpe final" aos mascates? Pego o plástico-bolha. O plástico-bolha tem sido meu grande companheiro por esses dias de acontecimentos entediantes. Resolvi pegar uma velha edição que tenho de "A Montanha Mágica" de Thomas Mann. Já li três vezes este livro, e ao contrário do Ulisses de Joyce, não foi para entender, não. Este, a monga entendeu de primeira. É porque a leitura é muito boa. Gosto deste livro. Gosto de Settembrini e seus embates com Naphta. Castorp carrega sua doença para ter contato com vida. E no final, vai para um campo de batalha da Primeira Guerra Mundial como um soldado anônimo. E tudo o que viveu no sanatório, morre junto com ele. Apesar de ter amadurecido tanto no sanatório, nunca fica claro se ele consegue virar um indivíduo.
Castorp se apegou à sua doença para tentar virar um indivíduo. Eu me apego ao plástico-bolha para pular este processo.

14 comentários:

LF disse...

Aloha Marie!
Não conheço nenhum dos dois, nem a Montanha nem Ulisses. Não consegui ler Moby Dick. Achei cansativo.
Meia vida atrás eu lia bastante. Diplomas, projetos, matrimonio e paternidade resumem minha literatura a quadrinhos e ... blogs!
Quadrinhos são paixão, sempre que a vida complica eu leio mais! Depois de se preocupar com a morte do Capitão América contas atrasadas são problemas menores...
Mas blogs trazem informação e filtram, recomendam a literatura tradicional.
Nem sempre os amigos diretos podem indicar material novo para leitura, então vamos conhecer um mundo novo.
Bem de vez em quando eu apelo para o plástico bolha...
Aloha!

Marie Tourvel disse...

Luís, querido, a leitura do livro de Thomas Mann é muito boa. Se tiver oportunidade, leia, viu? Tenho certeza de que vai gostar. Mas eu confesso que um bom plástico-bolha é mais gostoso. ;) Quanto ao Capitão América... eu adoro HQ de boa qualidade. Um grande beijo e volta sempre, tá?

Anônimo disse...

insubstituível a montanha qdo se despede da adolescência, bonjour marie

Marie Tourvel disse...

É isso, Quincas, um adeus às ilusões... Bonjour, querido. E um beijinho.

Filipe de Santa Maria disse...

Estou relendo os primeiros capítulos de Ulisses (agora a tradução da professora Bernardina). Finalmente estou entendendo alguma coisa. A de Houaiss tive que devolver à biblioteca, alguém tinha reservado. Ainda bem! A cada parágrafo que lia, entendia só uma 2 ou 3 palavras.
Ei, viu o post do Ruy Goiaba? Hahhaha..

Marie Tourvel disse...

Isso mesmo, Philippe, tradução para Ulisses só da Bernardina. Pelamordedeus aquele Houaiss. A primeira vez que peguei no Ulisses do Houaiss (hummmm), quase tive um treco e me achei uma completa idiota.
Vi o post do Ruy, sim. Muito engraçado mesmo. Talvez ele tenha a sorte de ninguém incomodá-lo com comentários bobos de processos. Mas mesmo se ele receber o que recebi por aqui, com toda certeza, ele se sairá muito bem. Afinal, ele é beeeeeeeeeeem mais inteligente que eu, né? Um grande beijo, querido.

Frodo Balseiro disse...

Marie, não entendi muito bem...o plástico bolha evita vampiros como o alho e mascates-jornalistas, jornalistas-mascate, ou é assim uma espécie de refrigerante da alma quando essa se aquece além do ponto, digamos, pelos dias que correm?
Abs, frodo

Anônimo disse...

P-Q-P, Marie, outro dia precisei tanto, mas TANTO, do Ulisses pela Berbardina, num consegui, tive que desistir de um trabalho que teria sido interessantíssimo! Se eu soubesse que tu e o phillipe tinham... :-S
Manazinha, eu ADORO estourar essas bolinhas, dá um baratinho bem legal, né? Apesar de que eu nunca senti barato algum, mas... rs. só não relaxa mais do que uma boooooa sessão de sexo. Enfim! rs
Agora, Dona Marie, prestenção: eu só deixo vc se vc me pedir, de joelhos, visse? Eu vou continuar entre teus 4, 5 leitores FIÉIS, no que depender de mim, pra smpre! rs
Bjo, querida!

Marie Tourvel disse...

Oi, Frodo, querido, sinto muito sua falta quando não vem por aqui, viu? É assim, ó: o plástico-bolha evita vampiro e congela a alma quando ela está pra lá de quente. E a minha está muuuuuuito quente. E sei que a de muita gente está mais quente que a minha. Uns vão viajar, os que não podem, peço que aceitem minha sugestão: plástico-bolha. É uma ironia, claro, mas nos tempos que estamos vivendo só o plástico-bolha salva. Um beijo.

Marie Tourvel disse...

Puxa, Shica, querida, se tivesse me falado antes, mandava meu exemplar do irlandês xarope. Bom, melhor que sexo,~nada é, né? ;) Fico tão feliz que você não vai me largar. Você é uma querida que eu sempre quero ter por perto, viu? Beijos.

LF disse...

Aloha Marie!
Plástico-bolha também é sagrado?
Porque antes era "só Jesus salva". Depois era só "back-up salva"!
Parece que vão obrigar uniforme no meu trabalho... colete a prova de balas e capacete!!
Mas acho que vou tentar plástico bolha... :)
Aloha!

Marie Tourvel disse...

Olha, Luís, o back-up também salva, mas com plástico-bolha a gente não corre riscos. E assiste ao Jornal Nacional sem pensar se o back-up está ou não protegido. Um grande beijo, querido.

Blog do Plástico Bolha disse...

Ótimo texto. Quando conhecer o Plástico-Bolha, aí que sua vida vai mudar mesmo! rsrs...
no site: www.jornalplasticobolha.com.br
Abraços

Marie Tourvel disse...

Já fui e aprovei, Bolha, querido. Gostei de verdade. E obrigada pelo elogio ao texto. :)

Beijos!