9/06/2008

Dois Borges...

Ausencia

Habré de levantar la vasta vida
que aún ahora es tu espejo:
cada mañana habré de reconstruirla.
Desde que te alejaste,
cuántos lugares se han tornado vanos
y sin sentido, iguales
a luces en el dia.
Tardes que fueron nicho de tu imagen,
musicas en que siempre me aguardabas,
palabras de aquel tiempo,
yo tendré que quebrarlas con mis manos.
En qué hondonada esconderé mi alma
para que no vea tu ausencia
que como un sol terrible, sin ocaso,
brilla definitiva y despiadada?
Tu ausencia me rodea
como la cuerda a la garganta,
el mar al que se hunde.

--------------------------------------------------------------------

Una despedida

Tarde que socavó nuestro adiós.
Tarde acerada y deleitosa y monstruosa como un ángel
oscuro.
Tarde cuando vivieron nuestros labios en la desnuda
intimidad de los besos.
El tiempo inevitable se desbordaba sobre el abrazo inútil.
Prodigábamos pasión juntamente, no para nosotros sino
para la soledad ya inmediata.
Nos rechazó la luz; la noche había llegado con urgencia.
Fuimos hasta la verja en esa gravedad de la sombra que ya
el lucero alivia.
Como quien vuelve de un perdido prado yo volví de tu
abrazo.
Como quien vuelve de un país de espadas yo volví de tus
lágrimas.
Tarde que dura vivida como un sueño entre las otras
tardes.
Después yo fui alcanzando y rebasando noches y
singladuras.

Jorge Luis Borges

6 comentários:

Anônimo disse...

Marie, querida, você quer arruinar corações, liquidar almas, retirar fôlego, incendiar mentes...é? É isso.
Pois acho que conseguiu.

Estou adorando ter uma amiga que não só é culta, como domina também o escracho.
Uia, isso é dificilérrimo de conseguir.
Beijos, niña peligrosa;-)

Marie Tourvel disse...

Borges causa isso, né, Meg, querida? Incendiar mentes, eu incendiava, mas acho que não sou mais capaz de acender nem um cigarro mais. ;) Culta não, mas o escracho é bem bacana. :) Enquanto eu escrevo essa resposta ao seu comentário estou aqui no ensaio e o ator cantando Borbulhas De Amor do Fagner. E depois você não quer eu seja escrachada? :))) Um beijo da sua amiga nem um pouco perigosa.

Anônimo disse...

:-)))))))
Que barato!
Dimaishshshsh.
Borbulhas de Amor? Aaaah! Que mimoso:-)))

Marie Tourvel disse...

Um mimo, Megleen, um mimo. "Quem dera ser um peixe..." (Imagine o Fagner tremendo o rosto). Carambolas, viu? O meu chefe podia botar uma música menos mimosa, né? ;) Um beijo, querida.

ana v. disse...

Estou aqui a rir sem parar com vocês duas, amigas! Borbujas de Amor e Borges... vivam as fusões, mesmo as que dão estranhos Frankensteins!...

Grande beijo às duas Cavaleiras do Apocalipse

(Pergunta: o que quer dizer exactamente "escracho"??)

Marie Tourvel disse...

Essa fusão dá é uma bela dor de barriga no Borges, não é, Ana, querida? :))) Escracho no sentido literal é uma bagunça, uma confusão. No meu sentido de ser escrachada, é que ao mesmo tempo que falo de Borges, falo de Fagner (essa coisa brega). Quando falo das bananices deste país sou uma escrachada!!! :))))) Mas acho que a Meg saberá explicar melhor que eu. ;) Bom receber sua visita... Um beijo!