9/30/2008

Les Fleurs Du Mal

Je t'adore à l'égal de la voûte nocturne

Je t'adore à l'égal de la voûte nocturne,
Ô vase de tristesse, ô grande taciturne,
Et t'aime d'autant plus, belle, que tu me fuis,
Et que tu me parais, ornement de mes nuits,
Plus ironiquement accumuler les lieues
Qui séparent mes bras des immensités bleues.

Je m'avance à l'attaque, et je grimpe aux assauts,
Comme après un cadavre un choeur de vermisseaux,
Et je chéris, ô bête implacable et cruelle!
Jusqu'à cette froideur par où tu m'es plus belle!

(Charles Baudelaire em As Flores do Mal)

Tradução (ok, é do Ivan Junqueira, mas é o que tenho à mão):

Eu te amo como se ama a abóbada noturna,
Ó taça de tristeza, ó grande taciturna,
E mais ainda te adoro quando mais te ausentas
E quanto mais pareces, no ermo que ornamentas,
Multiplicar irônica as celestes léguas
Que me separam das imensidões sem tréguas.

Ao assalto me lanço e agito-me na liça,
Como um coro de vermes junto a uma carniça,
E adoro, ó fera desumana e pertinaz,
Até essa algidez que mais bela te faz!

12 comentários:

Anônimo disse...

que le soleil est beau quand tout frais il se lève,
comme une explosion nous lançant son bonjour, oui marie

Marie Tourvel disse...

Quincas, mon cher, je t´aime. ;) Bonjour et bisous

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

:-)

o melhor é não colocar a tradução (risos) e ler Baudelaire no original. é bem melhor!

Marie Tourvel disse...

Eu também acho, Júlia, querida. Nada como ler no original, mas é que nem todos entendem o idioma do Baudelaire, né? :) E eu não saberia traduzir. Me acho muito burrinha pra isso. Tradução de poemas eu deixo pro Pedro Sette Câmara. ;) Um grande beijo!

rose marinho prado disse...

!

Marie Tourvel disse...

Rose,

;) Beijos!!!

Anônimo disse...

Olá Marie,

Que presente o blog do Pedro Sette Câmara dissecando poesia... Já havia gostado na Dicta.
Mas que ele não nos ouça... que preconceito, hem!?: "Huuumm... safada, safadinha..."
Por quê? Só porque ela quer outro homem? Ninguém sabe a vida que ela estava tendo. É isso.

Tradução bem vinda... Sabe, fico pensando se Baudelaire lia a poesia ligeira de Camões sem tradução. rs...

Beijo!!!
:)

Marie Tourvel disse...

Sabesselá, é um presente mesmo aquele blogue, né? Eu adoro. Mas eu não vi como preconceito, não. Entendi o que ele quis dizer. ;) O Pedro é um querido.
Baudelaire não lia Camões sem tradução, não. Desculpe-me se não coloco tradução de vez em quando. Sou preguiçosa mesmo. :))) Um grande beijo.

Anônimo disse...

Oi Marie,

Eu também entendi o Pedro muito bem. Ele não falou por mal. É um modo de se expressar bem corriqueiro e que faz parte de uma cultura, nem sempre verdadeira. Eu é que ainda me espanto. Mas não vi na poesia nada que me levasse a vislumbrar a segunda hipótese que ele sugeriu. Vai saber... em geral só conseguimos ver aquilo que vivenciamos. E você tem razão, só um querido pode gostar tanto de poesia e ainda doar seu conhecimento de um modo tão leve.


Olha, por mim, não se preocupe com traduções. Tenho uma noção leve de francês, tenho dicionário também e, melhor ainda, quando de todo me é impossível compreender, tenho a quem pedir. E se, por acaso, todos os meus recursos falharem... fico com o que eu gostaria que fosse... assim é a minha poesia.

Obrigada, beijo.
Se cuida.

Marie Tourvel disse...

É verdade, sabesselá. Você falou tudo. Faz parte de uma cultura. Achei bacana ele dar as duas interpretações. Eu digo que ele fala de poesia de forma tão simples e direta porque realmente entende do "riscado". :)
Eu sei bem que para você não precisa de tradução. ;) Acho até que entende cada post meu de forma surpreendente. Mesmo os mais herméticos. Apesar que não consigo ser muito hermética, né? :P
Sua interpretação de poesia é a melhor, garanto a você.

Muitos beijos e me cuidarei, sim. Obrigada pelo carinho.

AC disse...

Essa tradução do junqueira é o máximo. aliás, baudelaire só teve tradutor craque. As obras copletas dele pela agullar são um classico duplo: por ele, baudelaire e por seus tradutores. beijoca

Marie Tourvel disse...

Oi, querido. Sou sincera. Não gosto muito das traduções do Junqueira, não. Mas adoro Baudelaire. Beijocas pra você também. ;)