10/25/2008

Adeus, Sophia

Minha querida amiga Ana Vidal é poetisa. Ela é de Portugal. Ela tem um blogue maravilhoso, o "Porta do Vento". Mas acima de tudo é uma amiga maravilhosa. Pedi a ela que me enviasse um poema de sua autoria para que eu declamasse por aqui. Ela enviou um lindo que fez em homenagem a grande poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen, portuguesa como Ana. É um belíssimo poema:



ADEUS, SOPHIA

(A Sophia de Mello Breyner Andresen)


Por fim, Sophia
desatados os laços
vencidos os limites
estende-te o mar o seu tapete de ondas
como quem estende os braços
Respondes ao convite?

Guardou só para ti
na tua metade maresia
prodígios, espantos, maravilhas
estranhos como Giocondas…
Esperam-te as ilhas
que sonhaste
E esses corcéis que nunca cavalgaste
sacodem já as crinas
em desafio

Segue o teu fio
de praias extasiadas
de manhãs cristalinas
até que se te acabem as areias
e te venham buscar
breves, aladas
as vagas por que anseias

Vai, ruma ao Norte
desprende-te do Sul
que a tua sorte
não é daqui, é de outro azul

Vai, habitar para sempre o Mar da Poesia

Adeus, Sophia.


Bom sábado a todos

19 comentários:

ana v. disse...

Minha querida Marie, gostei muito de ouvir-te na minha despedida de Sophia. Assim, com voz, ficas mais próxima...
Obrigada pelo carinho, tu é que és uma amiga maravilhosa.

Grande beijo

Marie Tourvel disse...

Ana, querida, me emocionei mesmo recitando seu poema. Foi um momento mágico, garanto a você. Carinho é o que não falta por aqui. :)
Outro grande beijo pra você.

Léo Mariano disse...

Oi Marie

O noís aqui. Menina, vc ´ta com uns amigos além mar que são pura ambrosia.

Menina,acabo de ler o teu post "As tears go by". Puxa, é bonito demais! è aí que tá a sacanagem, porque precisou dar a tua tristeza pra gente ler um brilho que é isso :
"Ela não é o objeto da mesma saudade."

Daí fico pensando que é maldade de mias gostar, achar bonito demais essa beleza de prosa, e fazer um control c control v e querer mostrar pra Nanci e dizer:

Olha que bonito, pena que machucou uma pessoa legal.

E , enquanto preencho esse espaço de comentário, fico viajando o quanto de mesquinhez o leitor tem que desenvolver pra alcnaçr essa imaterialidade que e´ o prazer da leitura.

E acho que não quero isso pra vc não. mas também sei que não dá pra te/ se colocar numa redoma bonita. Caí numa sinuca, não sabendo como terminar essa linhas.

O que espere e ver o sorrisão,logo. e Marie "2 pés no peito dos malas" , na boa e velha gíria, apavorando1 De saltinho, éclaro.

abs querida

Ps: e ainda devendo uma visita a Sampa

PS 2: escrevi , entre o almoço, banho e trabalho,( não necessariamente nessa ordem) por isso, sem tempo de resolver problemas de concordância, digitação,ortografia, bom de gramática do texto

Marie Tourvel disse...

Em primeiro lugar, nem se preocupa com erros de digitação, concordância, etc, já que pra mim o que importa é sua presença por aqui. ;)
Eu fiz uns amigos com este blogue, maravilhosos, Leo, e você é a prova disso.
Fico muito contente que tenha gostado do texto. Sei que tem textos meus medíocres, mas tem alguns, mesmo que seja poucos, que me disseram um dia, que escrevo com a alma. Aí todos sentem o momento. Por mais gilbertogiliano que isso seja, deve ser verdade. Quando resolvi parar o blogue em agosto, acreditava piamente que eu era muito rasa para proferir palavras por aqui. Hoje, depois de observar meus ídolos como gente de carne e osso e que tem problemas como a gente, não me considero mais assim. Percebi que aqui é meu espaço e que quando abri em dezembro de 2007 minha intenção não era ter leitores. Mas adquiri alguns e mesmo ainda não me achando merecedora de tantos elogios, eles chegam. Podem achar que isso seja falsa modéstia e o que quero é elogio barato. Não é isso, não, Leo. Aprendi a gostar das pessoas que se identificam com meu texto. E sei perfeitamente de minhas limitações. Pior seria se me achasse a rainha da cocada preta sem o sê-lo. Aí, não tem jeito. Aí é que a pessoa precisa de tratamento sério, embora aparentemente não pareça.
Meus pés nos peito são sempre com salto alto. (sou baixinha). Até minhas hawaianas de praia tem salto. :))))
Feliz por voltar a comentar aqui, querido. É muito bom ter você aqui. Beijos na Nanci e envie pra ela, sim.
Beijos.

PS: tô esperando você e a Nanci por aqui em São Paulo.

Paulo Cunha Porto disse...

Querida Marie Tourvel,
uma Autora e uma Intérprete Dugnas Uma da Outra.
Gostei muito.
Beijinho

Marie Tourvel disse...

Querido. Você é um querido, Paulo.
Este poema é lindo, não? E a autora é demais...
Um beijo, querido.

Anônimo disse...

Oi Marie,


Adorei. :)


Beijos e bom domingo!

Marie Tourvel disse...

Que bom, querida! Eu adoro quando vem por aqui. ;)

Beijos e bom domingo pra você também.

Anônimo disse...

Sabe, Marie, tenho um amigo que num poema diz: "Sem poesia... Fica vazio viver..."
E eu sinto isso.
Hoje você... amanhã o Pedro. Obrigada por adoçar meu sábado.


Beijo!
:)

Marie Tourvel disse...

Sem poesia eu não conseguiria viver mesmo, sabesselá.
Amanhã o Pedro adoça seu domingo. :)
Outro beijo!

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

Lindo, lindo!...

O poema só existe depois de dito em voz alta, agora ele existe,mesmo!

adorei,adorei e não conhecia esse poema de Ana..:-(

beijo as duas.

Marie Tourvel disse...

Júlia, querida, o poema é lindo mesmo. Poderia ser lido em voz alta por alguém com uma voz sem rinite, mas ainda assim valeu a pena. :)
Beijos!

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

olhe , Marie, eu tinha uma linda voz, agora com o cigarro ela é só catarro,mas ainda digo poesia, pelo prazer que me dá. eu não vi rinite, ouvi uma voz sensual,açucarada com os ares dos trópicos.

O poema da Ana está divino e digno da nossa Maior poetisa.

beijo

Marie Tourvel disse...

Puxa, Júlia, obrigada. Mas vai ter gente achando que eu quero confete. :))))
O importante não é a voz bonita, feia, com rinite ou mesmo com catarro de cigarro. O mais importante é recitá-lo com a "alma". Isso eu sei que fiz. ;)
Muito obrigada (de novo). Daqui a pouco tem Billie Holiday por aqui.
Beijos!

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

era isso mesmo que eu queria dizer, Marie! A emoção e frisson não faltou! Deixo confetes :-)

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

O bonito no poema, Marie, é que ele tem todos os ingredientes da poesia de Sophia. Quanto mais o leio mais encontro nele os códigos da linguagem dela!PArabéns à Ana!

Marie Tourvel disse...

Confetes! Confetes! :))))
Como é lindo esse poema da Ana!
E como é bom recebê-la por aqui, Júlia. Preciso urgentemente ir para Portugal. Morei na Europa por três anos e, "shame on me", não fui conhecer Portugal.
Beijos, querida.

ana v. disse...

Shame on you, indeed, Marie... ;-) está proibida de não visitar Portugal da próxima vez! E pode ficar aqui em casa mesmo, em Sintra, quando vier. Basta avisar quando vem.
Beijão

Marie Tourvel disse...

Estão lendo, leitores queridos? Ficarei em Sintra, na casa de minha grande amiga Ana. :)))
Procurarei ir a Portugal o mais breve possível.
(Marie ansiosa para conhecer a terrinha linda)
Beijos e muito obrigada, querida.