10/26/2008

Quero ser John... (ahn) Rita Cadillac

Olhem só, nesta semana postarei mais um Pocket Classic para os milionários. Quem já leu já sabe do que se trata. Quem ainda não leu, explico: trata-se de uma ajuda humanitária para milionários que ocuparam seu tempo ganhando dinheiro e como não conseguem fazer duas coisas ao mesmo tempo (atender ao telefone e manter um diálogo com alguém de corpo presente, por exemplo), não puderam ler os crássicos da literatura para manter um diálogo com um intelectual, porém, pobre. Eu dou um resumão de um clássico da literatura e faço uns comentários que sempre são ouvidos em rodinhas de intelectuais.
Digo tudo isso porque na verdade eu encontrei uma pérola na internet. Assim como os millionnaires querem ser cultos, toda mulher no fundo, bem no fundo, queria ser a Rita Cadillac. Eu queria muito ter sido a Rita. Só não fui por alguns detalhes a saber; nunca tive tanta beleza assim e muito menos um derrière tão avantajado (ok, ele é, mas não tanto). Fazer aquele “roda, roda, roda e avisa”* com o dedinho para a câmera e boquinha sensual é tudo o que um homem espera de uma mulher -mesmo os intelectuais blasés. Eu mesma faço, mas não em público. Só no particular. A gente sempre ouve uma mulher ou outra dizendo com olhar blasé: "que indecência! que horror! que falta de inteligência!" Confesso que quando vejo alguém falando mal da Sabrina Sato não contenho o riso. A Sabrina Sato é o equivalente ao que foi Rita Cadillac nos tempos do Cassino do Chacrinha. Claro que a Rita tinha um glamour maior, até por ter sido a pioneira -pensam que era fácil ser Chacrete?, e musa dos presos do Carandiru -aquele presídio paulistano que foi implodido. No lugar do presídio fizeram um parque para a população. Fico imaginando as mamães levando seus filhinhos nesse parque e no que sobrou da implosão –sim, porque sempre sobra algo nesses lugares aterrorizantes. Ao longe o pimpolho ouve uma vitrolinha tocando uma música da Rita, É Bom Para O Moral. A mamãe ouve também e pensa que jamais deixará seu marido levar o rebento ao parque.
Vamos lá, moças blasés, façam como eu e assuma que tudo o que queriam era ser a Rita Cadillac rebolando -mesmo sem a formosura dela. Aí entra aquele papo de fazer duas coisas ao mesmo tempo: podem ler os clássicos e rebolar. São duas atividades totalmente compatíveis, garanto. Fiquem agora com o clássico de Rita Cadilac e mais vídeos para aprenderem a sua (da Rita) arte:

Rita Cadilac - É bom para o moral


Observem que este vídeo foi gravado exatamente em uma livraria. Digam-me: não é perfeitamente compatível o rebolado com a intelequitualidade? Em meio a Flauberts, Shaws, Eças, Orwells, Joyces, Dostoiévskis e Diderots, ouvimos pérolas do cancioneiro do Bananão (repare na discreta japonesa ao fundo não resistindo e querendo aprender o rebolado da Rita. Até a japa, moça blasé, quer rebolar... assuma você também):



E este é o derradeiro vídeo que tasco da eterna musa. Estava entre os eróticos -tem que confirmar data de nascimento (hahaha), do YouTube. Levante esse traseiro gordo da cadeira, moça blasé, e comece o exercício (voulez, voulez. dancing, dancing):



* Sei que "muita gente jovem reunida" lê este blogue e não sabe exatamente o que representou a Rita Cadillac para a galera dos anos 1970 e 1980. (ok, nem tenho tantos leitores assim. Foi só para usar a frase da música do graaaaaande Belchior)
Tentei encontrar o vídeo da Rita pedindo os comerciais no Chacrinha. Lamentavelmente não encontrei. Fica na imaginação de vocês, caros leitores e leitoras. (Roda, roda, roda e avisa, um minuto pro comercial. Alô, alô Terezinha é um barato a Buzina do Chacrinha... Tudo isso com a voz desafinada, fazendo biquinho e rodando o dedinho na frente da câmera).

12 comentários:

Anônimo disse...

shaushaushau... Maltrata Marie shaushaushau...

Beijos!
;)

Filipe de Santa Maria disse...

Eu lembro muito pouco do Chacrinha. Uma das coisas que lembro é quando minha mãe disse: "Nossa. O Chacrinha morreu!". Talvez por isso eu só tenha tomado ciência da Rita Cadillac quando ela resolveu fazer um filme pornô. Mas se a mulher ganhou a vida rebolando, é porque rebolar algum valor tem! Hehehe. Um beijo.

rose marinho prado disse...

KKKK + KKKKK

Marie, nos anos 70, eu nem ligava a televisão. Vi a Rita nos 80, eu,recém-chegada( de volta mesmo) ao lar dos meus pais vinda de um casamento 'hippie'fracassado. Nós, moderadamente hippies éramos contra. A TV.

Respeito a Rita e todas as mulheres que ADORAM rebolar para os homens. Aliás, desconfio de que Rita é o padrão, o universo masculino. Beleza de post! Mas desconte o fato de que vivo sozinha desde os 29 anos. Por opçãõ.

Justamente por ....(Deixa pra lá,,,não posso me revelar tanto).

Seguinte: este maravilhoso ( eu gostei, pq é provocativo , instigante) post me trouxe mais certeza do meu "vade retrum". Se for pra rebolar e fazer 'olha e avisa', prefiro morar na árvore.

O post valeu para eu ratificar o tempo distante dos adões. Ufa!

Mas respeito muito 'le gôut des autres'. Parabéns pela ousadia na escolha dos temas.


Beijos

Frodo Balseiro disse...

Marie, você precisa urgentemente ser integrada ao programa "Saia Justa" do GNT da Globosat!
As quatro, só fazem maldizer homens, e mulheres que são assim, como direi....MULHERES. Rita Cadilac, ao contrário, gosta dos homens!
"Roda, roda, roda e avisa, um minuto pro comercial...."
Bjs
frodo

Marie Tourvel disse...

Tinha certeza que iria gostar, sabesselá. ;)
Um beijo!

Marie Tourvel disse...

Ah, Philippe, querido, mas a fase da Rita fazendo filme pornô não me encanta, não. A melhor fase foi quando ela rebolava no Chacrinha e logo depois que saiu de lá gravou essa pérola da música brasileira. Insinuando coisas, entende? Mas acho que agora, com os vídeos, você pôde ter uma idéia de quem foi ela. Confessa que gostou, vai? ;)
Beijos!

Marie Tourvel disse...

Rose, queridíssima, eu era muito criança nos anos 70, mas lembro bem da Rita e de todas as Chacretes. Minha vida, ao contrário da sua, era assistir TV. Geração coke. Não condeno quem vive sozinha por opção, não. E se quer saber, admiro. Eu não conseguiria. Sou movida à paixão. :) Obviamente que este post foi feito com uma grande dose de ironia. A Marie é debochada, né? E o que mais me deixa satisfeita, Rose, é o fato de você ter entendido tão bem essa ironia. Você é do balacobaco, minha amiga. :)
Beijos!!!

Marie Tourvel disse...

Frodo, querido, embora este post seja irônico, eu ADORO homens. Se eu fizesse parte daquela bobagem do Saia Justa, acabaria com as tontas em dois segundos com meus argumentos. É que eu trato homem como homem e mulher como mulher, por isso que certas pessoas se assustam com certos posts meus. Eu me assumo mulher, daquelas bem mulherzinhas mesmo. E gosto de homem que se assume homem, bem homem mesmo. (voulez, voulez. dancing, dancing) :))))
Obrigada por ter vindo por aqui. Beijos!!!

Frodo Balseiro disse...

Pois é Marie, eu sugeri você com aquelas quatro tontas, para contrabalançar um pouco. Você é o oposto delas, graças a Deus!

Marie Tourvel disse...

Modéstia às favas, Frodo, eu sozinha desmontaria as quatro. (hahahahahaha)
Beijos!!!

Léo Mariano disse...

oi Marie.

Você sabe que já assisti a Rita, assim, ao vivinho!

eu era moleque elá estava ela, fazendo encerrando uma quermesse de igreja (verdade!)

eu acho que ele é uma mulher que sempre soube qual era, e e´, a sua figura na sociedade de espetáculo, e nunca foi cínica ou hipócrita com isso.

Esse horte-frut - granjeiro de hoje ainda tem muito o que
aprender com a Rita

Abs

PS 1: Ela é tão ruim pra interpretar ( em todos os filmes e na tv) mas tão tão ruim, que até que é engraçado vê-la.

PS2: Olha Marie, me desculpe, mas bonita ela nunca foi. Nos moldes bem machista: Aquilo tá mais pra um camarão. hehehehe

Marie Tourvel disse...

Ih, Leo, querido, os homens que entram por aqui vão sentir inveja de você. Já viu um legítimo show da Rita Cadillac! Você é do balacobaco, isso sim. Ela interpreta com a expressividade de um legume, né? Você quis dizer que ela é a Dona Raimunda, né? Confessa, Leo... hahahahahahaha
Um grande beijo.