2/17/2009

Não me aborreça, Pedro!

A frase do título deste post talvez tenha sido a que mais me marcou na teledramaturgia bananeira. Era a frase mais executada por Renato Villar, personagem sensacional criado por Lauro César Muniz para a novela Roda De Fogo de 1987. Para vocês, jovenzinhos que lêem este blogue, soa como algo estranho. "Annn? Roda De Fogo? O que é isso, Marie? A roda de quem era de fogo?" Um resumão da novela: Renato Villar era um rico empresário -clichê dos clichês, inescrupuloso (porque tem que ser assim: aqui no Bananão quando se ouve as palavras "rico empresário" já remete a um camarada ruim, féladaputa, desgraçado. Coisas de bananeiro mesmo. O opressor e o oprimido. O capital e o trabalho. Essa esquerdaiada toda que vocês já conhecem). Daí ele descobre que tem uma doença incurável. Uma bolha no cérebro que a qualquer momento estourará e ele virará presunto. Se apaixona pela juíza que acompanha seus vários casos do saco de maldades que são denunciados. Renato Villar era interpretado pelo indefectível Tarcísio Meira. A juíza era interpretada por Bruna Lombardi. Quiseram enfeiar a Bruna. Deixaram-na morena. Vestiram-na com roupas sem-graça. Mas eu pergunto: achavam mesmo que alguém poderia enfeiar uma mulher tão bela? Nunca, nunquinha. Voltando: minha maior fascinação por Renato Villar não foi na fase de transição em que vira o mais ou menos bonzinho porque vai morrer. O bacana é quando ele era o féladaputa. Só para completar ele tinha um filho chamado Pedro que era o fruto de uma relação com uma ex-guerrilheira (não, não era a Dilmão/Estela). Pedro era interpretado pelo insosso Felipe Camargo. Era revoltadinho feito a mamãe. E aí é que vinha minha frase preferida do inescrupuloso empresário: "Não me aborreça, Pedro!". Até hoje, quando qualquer pessoa me irrita, digo a frase contundentemente. Outro personagem igualmente "marcante" era o Mario Liberato interpretado por Cecil Thiré, o advogado do empresário igualmente inescrupuloso, porém (ai porém), pirobo.

E olhem só o que eu achei. É hilário:



Ok, pessoal, poderia ser pior. Poderia ter sido uma novela da Glória Perez. E eu teria virado uma mangalik (é assim que se escreve?) e teria casado com uma árvore.

Adendo: hoje tem meu Pocket Classic lá no Porta do Vento da Ana Vidal. Dom Quixote De La Mancha. Dizem que sou louco por eu ser assim...

16 comentários:

Anônimo disse...

Na época dessa novela eu já estava no mercado de trabalho e lembro pouco. Só lembro, pra falar a verdade, da trilha sonora e da paródia do TV Pirata.

Ah, lembro também quando o Tarcício Meira tinha suas dores lancinantes. Era hilário!

Brigadinha por reacender um teco da minha memória.

Marie Tourvel disse...

De nada, Lets, querida. Boa memória para coisa trash do Bananão é comigo mesmo. :) Além das dores em que o Tarcizão mostrava toda sua canastrice, ainda lembro-me da voz poderosa dele mostrando desprezo por alguém. hahahahahaha. Putz, a paródia do TV Pirata era impagável. Hoje a gete pode acompanhar as paródias do Casseta tão boas quanto.

Beijinho

Mike disse...

Eu cá sou homem para maltratar uma sopa de letras destas? Nem pensar... e ponha hilário nisso, Marie... :)

Marie Tourvel disse...

Mike, querido, que sintonia! Acabo de lhe fazer uma visita e comentar em seu blogue -que adorei, por sinal. E já lhe adicionei como queridinho da Marie. ;)
Obrigada pelo seu comentário elogioso no "Porta do Vento". E adorei saber que esteve em uma gravação do "Sai De Baixo". Como disse por lá, por aqui a fauna é vasta. :)

Beijinhos e volte sempre.

Anônimo disse...

i won't, bonjour marie

Marie Tourvel disse...

Não mesmo? ;)
Saudades de você, querido.

Bisous et bonjour

Anônimo disse...

Poootaquelospariulhas, Marie: eu detestei essa novela, e nem sei o que seria de mim se ela fosse da Glória Perez!!! Mas enfim, ela trouxe algo de bom, que é o "não me aborreça, pedro" - e como tem Pedro nesse mundo, hein, manazinha? rs. Eu, classuda TODA, mandaria logo o Pedro ir à ... poisé!
Bjo, querida! :-D

ana v. disse...

Beijões, Marie, até 3a feira!
Vou daqui a rir, amiga.

Marie Tourvel disse...

ShicaMaria, minha querida, é não é que tem Pedro paca por aí? Além de falar para que eles não nos aborreçam, a gente pode mandar... poisé... :))))))
Feliz por ter vindo por aqui. :)

Beijos!

Marie Tourvel disse...

Aninha, minha linda, já está pronto o inédito. Envio amanhã. ;) Terça-feira, me aguarde... :))))

Beijos

R. B. Canônico disse...

Eu usava fraldas nessa época. Bons tempos.

Agora, curioso que estou no momento lendo Dom Quixote. Não é raro me pegar às gargalhadas, ao mesmo tempo que leio algumas das passagens mais tocantes com as quais me deparei. Demais!

Beijos Marie!

Marie Tourvel disse...

Ei, Rodolfo, querido, voltou de suas férias de magnata, né? :)
Você devia ser muito menino mesmo nessa época. Mas pode incorporar às suas frases de efeito o "Não me aborreça, Pedro!" Mas tem que ser com o tom de voz do Tarcizão, tá?

Gostou do Quixote? Que bom.

Beijos!

Daniela Brasileira Insone disse...

Oi!

Te "li" no blog do Reinaldo e vim parar aqui.

Sobre bordões e pedros, os que uso muito vêem de uma novela mais recente, A Indomada:

"O que é que você quer, Pedro Afonso, meu filho?"

e

"Estou assoberbadíssima!"

A idéia é mais ou menos a mesma do seu "Não me aborreça, Pedro!".

;)

Marie Tourvel disse...

Daniela, querida, que prazer recebê-la por aqui. Entre e fique a vontade. Olha, cultura trash é comigo mesmo. Hoje não consigo assitir a um capítulo inteiro de uma novela, mas antes... Hoje sou uma enciclopédia em matéria de novelas antigas. :)))))
Visitarei seu blogue agora, querida.

Beijos!

Eliana disse...

Até que achei divertido os seus coméntários sobre a novela, esqueceu de referir a burrice de Benson , a raiva de renato Villar quando foi passado para trás. Gostaria que fizesses um coméntário desse tipo para a novela Vale Tudo.

Marie Tourvel disse...

Ah, Eliana, pena que parei com o blogue. Adoraria comentar sobre Vale Tudo que foi uma das minhas prediletas. Quem sabe abro outro blogue só para falar de nossa TV trash. Um beijo pra você. :)