2/22/2009

Sunday Morning

Se você espera que eu tergiverse sobre Carnaval por aqui, entrou em blogue errado. Porque o Carnaval merece somente meu desprezo, minha indiferença, meu olhar blasé -sim, eu sei fazer olhar blasé e cara de nojinho, também.
Por aqui tasco musiquinhas sem necessariamente ser a "Cabeleira do Zezé, será que ele é, será que ele é?" E digo mais, a "Pipa do Vovô não sobe mais", o escambau, porque ela sobe sim, e é roxa com bolinhas amarelas. E não vem pedir "um dinheiro aí", porque não sou benevolente como o Obama e tampouco sou o Efê, o perdulário presidente dessa "pogga", como diria o bom e velho Clóvis Bornay (by altovolta), ícone de um Carnaval que não volta mais -pela graça de Deus, amém.

Como não sou uma vilã de novela mexicana, tascarei umas músicas carnavalescas em meu Sunday Morning -já sabendo que ninguém vai escutar, porque, quem em sã consciência, em pleno domingo de Carnaval, estará lendo blogues ou escrevendo posts? Quem neste calor dos infernos não foi à praia porque quis fazer diferente para não se misturar com um amontoado de gentes na velha Rio-Santos? Quem despreza tanto o Carnaval a ponto de saber de cor marchinhas infames? Quem, a não ser eu, Marie, infeliz, saudosa, desprezada e injustiçada? Ah, e melodramática paca. Observei que nesta madrugada recebi um comentário de um novo leitor muito querido, simpático e generoso, Mikio, que considerou este espaço charmoso. Mas, veja bem, todos os meus velhos leitores sabem que tenho uma veia trash que não larga do meu pé. Bem que eu gostaria de ser objetiva e metafórica para me tornar charmosa, mas não consigo. Sou esse lugar-comum que causa tanto nojo aos blogueiros em estado de nirvana -opa, posso começar com Nirvana mesmo.

Eis meu Carnaval ideal. Um verdadeiro "Almoço Com As Estrelas":

Kojak mete bronca na moçada...



qu'est que c'est?



Eu fui às touradas em Madri, paratchimbum, bum, bum...



Mamãe eu quero mamaar...



A minha alegria atravessou o mar...



Ô Balancê, Balancê, quero dançar com você...



Ó Jardineira porque estás tão triste...



Mas é Carnaval...



Estou me guardando para quando o Carnaval chegar...



Bandeira Branca amor, não posso mais...

(porque eu, estranhamente, ando acreditando em milagres)


Estas são algumas das marchinhas que são obrigatórias no meu Carnaval imaginário. Pode ser que eu não tenha mais nada pra fazer neste domingo e mais tarde volte com mais marchinhas para o deleite dos meus 4 ou 5 leitores.

Bom domingo. E, lembre-se, se beber, tome um gole de vinho por mim. ;)

* Glossário das minhas marchinhas:

1) Nirvana - Lithium
2) Talking Heads - Psycho Killer
3) Astor Piazzolla - Tango Apasionado
4) Ella Fitzgerald - Let´s Do It
5) John Coltrane - Trane´s Solo Blues
6) Led Zeppelin - Dancing Days
7) The Kinks - All Day And All Of The Night
8) Rolling Stones - Simpathy For The Devil
9) Franz Ferdinand - All My Friends
10) Ramones - I Believe In Miracles

24 comentários:

Anônimo disse...

"Carnaval, Febrero", de Georgie Dann ?

Marie Tourvel disse...

hummm... Filomeno, querido, acho que meu Carnaval está mais para Johnny Rotten, pode ser? ;)

Beijos

R. B. Canônico disse...

Caramba, Marie, vc gosta de Carnaval tanto ou mais do que eu! Hehehehe

Marie Tourvel disse...

Somos do Bloco dos desajustados, Rodolfo, querido.
Tudo bom por aí?

Beijos!

Lina Arroja (GJ) disse...

Tem lugar pr´a mim neste carnaval,Marie? tou chegando...:))

Marie Tourvel disse...

É só chegar com um sorriso e mais uma guitarra, Grande Jóia. ;)
Um prazer receber você por aqui.

Um grande beijo!

Anônimo disse...

Marie querida:
Entre no blog de Peri(armazém),e veja Osvaldinho da cuíca tocando Led.Fui jogador de futebol profissional,bom,de carreira curta.Cresci em São Paulo convivendo com o Arnaldo dos Mutantes,com o Walter dos Pholhas,com o André do Light Reflexions,com o Nenê dos Incríveis(vide tudo no YouTube).Tenho uma cultura diversificada,digna de Oxford(sem falsa humildade), formado em 2 universidades,convivendo e trabalhando com Vladmir Herzog,respeitado por Daniel Ortega(Nicarágua),etc...
Cenógrafo e artista plástico elogiado em minha última exposição nos EEUU pelo Washington Post(dei um verdadeiro ponta-pé na cara dêles,para acordarem).Enfim,Marie,desculpe-me pela ego-trip, em minha re-apresentação à você,mas sou metafórico e objetivo.A dualidade é do humano.
Vamos lá.
Sou também da comissão de carnaval de uma grande escola de samba...
Nada substitui o talento,a sensibilide,a emoção.
Um dos santos filósofos,não me lembro qual,Agostinho,Thomás de Aquino,ou Inácio de Loyola,dizia só temer uma coisa:
O homem de um livro só.

Sem mais,sem jeito,e sem graça

Günther.

Ricardo António Alves disse...

Oh Marie! com estas marchas, até eu brinco ao carnaval :|}

Marie Tourvel disse...

Günther, querido, você é o que eu chamo de polivalente. Gosto disso. Foi jogador de futebol, então? Artista plástico? Precisamos conversar, então. ;) Me envia um e-mail que conversaremos mais sobre isso.
Metafórico e objetivo. Gosto disso, também. Me ensina a ser assim? :)
Entendo seu recado e acho que a frase é do Tomás de Aquino mesmo. Mas eu não sou mulher de um livro só. Gosto de tanta coisa que você nem imagina. Nem eu acredito. ;)
Por que sem-graça e sem-jeito? Gosto de sua presença por aqui. Volte mais, tá bom?

Beijos!

Marie Tourvel disse...

Então, o que está esperando, Ricardo, querido? Vem ouvir a guitarra mambembe que eu toco. :)

Um grande beijo

Anônimo disse...

Marie,voltando e sem maltratar.
Estou no celular acompanhando minha Escola.Vamos voltar às glórias da Escola.Não tive coragem de ir à avenida,madrugada longa...
Enfim,como diz o cobrador de ônibus,tudo é passageiro.Você entrou nos YuoTube que eu recomendei?Vale a pena.Percebi muitas coisas,lendo,sua sensibilidade especial.Acho que começa uma grande amizade.Vita brevis est.
Sem mais,com graça,e com jeito.

Günther.

Marie Tourvel disse...

Günther, querido, espero de verdade que sua escola vença, tá bom? Apesar de eu não gostar de Carnaval torço para os amigos. ;)
Ainda não entrei no YouTube, pois estou escrevendo um texto por aqui, mas entrarei, prometo.
Gosto de ter amigos como você. :)

Outro beijo

Anônimo disse...

Marie:
De Günther ,notívago.
Lembrei-me de uma estória por ter falado a palavra sensibilidade,(criação).Meu maior exemplo de criatividade no século XX é Hendrix.
Fui ao YouTube,por me entregar às memórias.Pete,gitarrista do The Who,armou com seus empresários,para se apresentar antes de Hendrix(a quem êle chamava de negro americano de merda),num show,pois o negro iria roubar sua performance.Conseguiu.Quebrou a guitarra(no estilo de"Blow Up",Filme de Antonionni,1968,baseado(sic),num roteiro de Cortázar,"Las babas del diablo",depois comentamos isso,pois o conjunto,que toca no filme, se chamava Yardbirds com
Page,Clapton,Jeff Beck,êles tinham 18,19 anos,no maximo.Assista.
Hendrix ficou puto.Se drogou com heroína,tomou ácido,e fumou muito.
O negro americano enlouqueceu.Tocou com a guitarra às costas,imitando ,ironizando, Pete(que girava os braços para impressionar a platéia).Aí,êle preparou uma loucura de tocar fogo à guitarra aproveitando o retorno do sintetizador(o nome é sugestivo).Vá lá,e reveja também Voodoo Chid.(Jimmi Hendrix-Wild Thing(live)(guitar sacrifaces).

Beijos

Günther.

Marie Tourvel disse...

Bem, Günther, querido, vamos por partes, assim como Jack. Engraçado como você parece uma pessoa que tenho imenso carinho e que não falo há algum tempo. Me deu uma saudade imensa... mas, deixa pra lá. Caso contrário começo a chorar por aqui.
Mas vamos lá. Não sou uma enciclopédia como você, mas arrisco uns palpites, mesmo errantes: Hendrix era "o", concordo. Mas o conjunto da obra do Who me toca. Keith Moon como o batera aloprado me encanta e fora que eles foram os precursores do punk rock junto com o Velvet.
Quero falar mais mesmo sobre Blow Up e Las Babas. Quem sabe num post, futuramente? Yardbirds? Meu querido, todas as fases deles foram bárbaras, desde o blues rasgado que Clapton impunha até mesmo o psicodelismo do Beck. E Page, claro. Aliás, gosta de Kinks?

Vou lá assistir a tudo isso. A Janaína do Arrastão tascou um vídeo ótimo por lá. Yer blues, John... Clapton lindinho tocando do jeito que gosta, aliás, do jeito que eu gosto.

E eu aqui falando sobre deuses e pegando minha guitarra e tentando tocar mambembemente. Dá vergonha, mas tiro um sonzinho. Dá pro gasto. ;)

Adorei seu comentário não só por seu conhecimento, mas por me lembrar daquela pessoa lá do primeiro parágrafo. :)
Obrigada, querido.

Beijinhos

Ricardo António Alves disse...

Eu quero ouvir :)

Marie Tourvel disse...

Acho que não vai querer vir até o Bananão, né? ;) Vamos ver se em breve aporto em Portugal. Levo minha guitarrinha. :)

Beijocas

Filipe de Santa Maria disse...

Afee, Marie! Estava querendo escutar musica. Sabia que iria achar por aqui!!!! Um bjo!

Marie Tourvel disse...

Cê viu, Philippe, querido? O domingo gordo de Carnaval por aqui foi frutífero. :)))))

Saudades!

Beijo!

Anônimo disse...

A Ella Fitzgerald é de ouvir de joelhos. Quanto aos outros, um pouco pesados para um senhor de idade provecta como eu.

Marie Tourvel disse...

Gerson, querido, já estava com saudades de seus comentários. ;)
Eu sempre ajoelho quando ouço Ella...
Mas de Coltrane também gostou, não é? Eu amo Coltrane.
E do Piazzolla? Gosta de um bom tango? Eu adoro tango. Ouvir e dançar -embora não seja tão boa dançarina. Papai tentou me ensinar, mas sou meio dura e envergonhada. :P

Adorei sua presença por aqui.

Beijos

Anônimo disse...

A muchos brasileiros no les gusta el Carnaval.
A muchos españoles no nos gusta la Corrida de Toros (Fiesta Brava)

Anônimo disse...

Sim, sim, mea culpa, mea maxima culpa. Coltrane, sim, Piazzolla mil vezes sim, especialmente Adios Nonino, Cafetin de Buenos Aires e Balada Para Un Loco, esta com Amelita Baltar. Ouvi ambos aqui em Curitiba no Teatro Guaira, séculos atrás. Na saída, fila no estacionamento e quando finalmente consegui sair, ele tentava atravessar a rua. Parei para que passasse, abri a janela e assumidamente macaquito de auditório, disse-lhe:
- Que falta de consideração de sua parte!
- Perdón?
- Estar assim tão perto justamente quando não posso pedir um autógrafo!
Ele riu, agradeceu, atravessou e eu fui dormir, feliz, "medio melón en la cabeza,
las rayas de la camisa pintadas en la piel,
dos medias suelas clavadas en los pies,
y una banderita de taxi libre levantada en cada mano."

Marie Tourvel disse...

Filomeno, querido, essa corrida de touros é mesmo de doer, não é? Mas ainda assim, Carnaval é pior. Bem pior. :(

Beijocas

Marie Tourvel disse...

Sabia que gostava de Coltrane, Gerson, querido. Coltrane é meu pastor e nada me faltará. ;)
Jura que viu ao vivo aí em Curitiba? Que delícia! Bons tempos que não voltam mais.
Adorei seu comentário. :)

Besos! ;)