3/23/2009

He´s Just Not That Into You

Ela já chorava menos. Uma vez por dia somente. Era quando ficava só em seu canto e se lembrava dele. Ela ouvia atentamente algumas pessoas que diziam que a ausência dele era significativa. Que ele tinha problemas psicológicos profundos e por isso tinha dificuldade em lidar com os sentimentos dela e com os dele. Chegou um momento em que ela preferiu acreditar nisso para aliviar sua dor. E o tempo foi passando e ela colocando desculpas no fato dele nem querer saber se ela estava viva ou morta. Mas algo estava errado. Ela sempre tão pragmática, alguma coisa não estava casando. Na soma, dois mais dois não dava quatro. Até que ela foi ao cinema e assistiu a um "trailer" de um filme que estrearia em breve nos cinemas. Era este:



Então ela começou a pesquisar mais sobre o tema e descobriu que antes de ser um filme, era um livro. Nas prateleiras das livrarias encontrava-se na seção autoajuda. Percebeu que era uma autoajuda às avessas e divertida. As mensagens: "Se ele não ligou é porque não quis ligar", ou, "Se ele diz que não quer mais contato com você é porque ele não quer mais contato com você". Simples. Ela sempre pensou desta forma objetiva no campo afetivo. De uns tempos para cá a objetividade com relação a este assunto cedeu lugar a pretensas interpretações nas entrelinhas. Era mais fácil encontrar mensagens cifradas nas atitudes dele. Aliviava sua dor. Mas no dia em que assistiu e leu sobre o tema do filme lembrou do Drummond que dizia que a dor era inevitável e o sofrimento, opcional. Até então, nunca optara pelo sofrimento. Desta vez optou. E descobriu o motivo. Embora ela tenha errado muito com ele, ela simplesmente nunca tinha amado alguém desta forma e jamais havia sido rejeitada de maneira tão brusca. E não existia nada de mensagem cifrada nas palavras dele. Era somente um "Ele Não Está Tão A Fim De Você". Resolveu mergulhar, então, em sua dor. E desejar que ao menos ele encontrasse alguém para ligar e ter contato. Com o tempo ela sentiria só dor. Sem optar pelo sofrimento.

6 comentários:

Anônimo disse...

Olá Marie, querida.

Coincidentemente resolvi, semana passada, não optar pelo sofrimento. Nunca imaginei haver nada nas entrelinhas. Isso sempre tolheu minhas esperanças.

Dói, demais.

Mas vai passar.

Beijos.

rose marinho prado disse...

Todas as histórias de amor são chatas, trágicas, inevitáveis. Quase todas.

Graças aos Céus, estou idosa e livre desses tormentos.

Assisti a Lua de Fel outra dia. Meu casamento foi pior que aquilo ( veja o filme, Marie), bem pior. Sobrevivi. E hoje busco tudo na vida, menos essa coisa que arde sem se ver..kkk

Beijos

Marie Tourvel disse...

Dói mesmo, Mikio, querido. Mas vai assistir a este filme. A gente descobre que o que é falado é para ser entendido ao pé da letra. Eu sempre fui assim. Sei lá eu o que está me dando. Tô ficando "frouxa". :)))))

Como diria nosso filósofo-cantor-anão Nelson Ned, tudo passa, tudo passará. ;)

E a gente vai levando, né?

Beijos!

Marie Tourvel disse...

Tem toda razão, Rose, querida. Todas são chatérrimas e previsíveis. Tô me recompondo para voltar a ser o que eu sempre fui. :)
E não vem com esse papo de estar idosa, porque é uma mentira deslavada. Leitores queridos, a Rose não é idosa. É uma moça linda. Vão no blogue dela e dêem uma olhada na foto dela. Verão que não estou mentindo.

Já assisti ao Lua de Fel. Acho que nada é pior que aquilo. hahahahahahaha
Ia dizer o que arde sem se ver, mas me calo. Pode ter crianças na sala. hahahahahaha

Beijos, querida

Madame Min disse...

Marie, querida...

Engraçada o nosso sincronismo. Mais uma vez.

Sim, passa.

Machucado seca, cria casquinha e depois fica aquela marquinha branca. Porque faz parte da vida olharmos essas marquinhas pra 'nos' dizer: "é, podia ter andado de bicicleta de rodinha a vida inteira, mas me permiti amar".

Só sente quem pode, não esqueça.

Beijo carinhoso

Min

Marie Tourvel disse...

Como me disseram certa vez e que também ouvi no filme Antonia´s Line: O tempo não cura, só embaça a memória.
Acho que deve ser isso mesmo, mas parece que o tempo não passa, viu, Min, querida. Estou perturbada com isso. Mas que bom que tivemos essa coincidência, essa sincronicidade. Você é uma amiga e tanto. ;)

"Só sente quem pode". Verdade inabalável.

Beijos e saudades.