12/30/2007

Bispa Soninha para Papa

A Bispa Soninha é candidata à prefeitura da Terra dos Tinhosos da Garoa. Entrou para o PeTê, e candidatou-se à vereadora. Era a candidata cool que não tinha vergonha de dizer que dava um tapa na pantera e tragava. Eu, como não me iludo com nada que seja cool, não sufraguei (hummmm) nela não. Aliás, jamais votaria em alguém que pertença a um partido perigoso como este. Desconfio de todos os políticos, sobretudo os cool. Desconfio de todos os que são considerados cool. Maria Chita, por exemplo. Aquele olhar blasé que ela faz cada vez que a comparam com sua mãe, é a forma mais imbecil de ser cool. Todo mundo sabe que ela é a cara da mãe e tenta imitar a todo momento os gestos da Pimentinha. A voz, óbvio, quanta diferença. Claro que a Elis cantou o filósofo bigodudo, João Tosco, Ivan eterno-corno Lins, o filho fanho do Sérgio Buarque , todas essas coisas ruins, mas a voz da pequenina cantora era do balacobaco. Bem, voltando aos políticos (argh!), o fato é que cool por cool (hummmmm), fico com o de Agnaldo Timóteo, um cool muito mais autêntico. Ele dá o cool pra todo mundo. Convenhamos, caros leitores, a Sonsinha trocou de partido para ser candidata, porém (ah, porém) tenho algumas questões que gostaria que a beckiana respondesse, baseado (olha a cannabis de novo aí, gentche!) nos acontecimentos:
1) Ok, Bispa, mudou de partido, mas continua concordando com o partido do mensalão? (lembram-se, leitores, que num passado longínquo houve mensalão no PêTê?)
2) Mudou para o PPS, ex-partido comunista (diz a lenda que a mudança de nome foi só para não confundir com comedores de criancinhas); pois então, Soninha, o PPS é do Roberto Freire e da Denise Frossard, que são absolutamente contra o Efelentífimo e seu partideco; como fica sua defesa deste mesmo partideco dentro do PPS?
3) Você só mudou de partido para concorrer à prefeitura ou por ideologiaa eu quero uma pra viver, ideologiaaaa, pra viver... mesmo? (Lembre-se que aqui em São Paulo o PPS apóia o capilarmente prejudicado)
Claro que ela não me responderá, já que ela nem sabe de minha existência, afinal não sou cool. Sou comunzinha, na minha, não participo de Saia Justa nenhum vomitando regrinha de como chegar a orgasmos múltiplos (tenho meus próprios orgasmos, que podem não ser tão múltiplos, mas são limpinhos sem precisar recorrer à Revista Nova eletrônica). Mas, o fato de saber com certeza que a moça não ganhará, já é um alento. Claro que corremos o risco de termos aulas bem piores de orgasmos múltiplos com a loura má, mas aí é outra história. É só colocar 567 vezes a frase famosa da mãe do Supla (by Kibeloco) num programete do PSTU que qualquer outro ganha dela, menos a Bispa Soninha, claro. Caso contrário, relaxaríamos, gozaríamos, fumariámos um depois do ato e virando para o lado diríamos: foi bom procê, amorzinho?

Pra não dizer que não falei das flores do mal, meu semelhante, meu irmão!

Claro que o que lerão abaixo é para mostrar que sou culta, fashion, lida, viajada -e outras viadagens. O fato é que eu tinha que contrabalançar o Belchior aí de baixo. Já pensou se algum leitor entre de verdade por aqui e considere que só o filósofo bigududo seja meu ídolo e saia por aí bradando que eu disse que o Todo Phoderoso está morto? (Deus me livre). Eu também gosto de outras coisas, tá bom? Mas continuo apaixonada. Esta sim, uma viadagem da qual não abro mão.
Divirtam-se com as flores do bem do Baudelaire:

La sottise, l'erreur, le péché, la lésine,
Occupent nos esprits et travaillent nos corps,
Et nous alimentons nos aimables remords,
Comme les mendiants nourrissent leur vermine.

Nos péchés sont têtus, nos repentirs sont lâches;
Nous nous faisons payer grassement nos aveux,
Et nous rentrons gaiement dans le chemin bourbeux,
Croyant par de vils pleurs laver toutes nos taches.

Sur l'oreiller du mal c'est Satan Trismégiste
Qui berce longuement notre esprit enchanté,
Et le riche métal de notre volonté
Est tout vaporisé par ce savant chimiste.

C'est le Diable qui tient les fils qui nous remuent!
Aux objets répugnants nous trouvons des appas;
Chaque jour vers l'Enfer nous descendons d'un pas,
Sans horreur, à travers des ténèbres qui puent.

Ainsi qu'un débauché pauvre qui baise et mange
Le sein martyrisé d'une antique catin,
Nous volons au passage un plaisir clandestin
Que nous pressons bien fort comme une vieille orange.

Serré, fourmillant, comme un million d'helminthes,
Dans nos cerveaux ribote un peuple de Démons,
Et, quand nous respirons, la Mort dans nos poumons
Descend, fleuve invisible, avec de sourdes plaintes.

Si le viol, le poison, le poignard, l'incendie,
N'ont pas encor brodé de leurs plaisants dessins
Le canevas banal de nos piteux destins,
C'est que notre âme, hélas ! n'est pas assez hardie.

Mais parmi les chacals, les panthères, les lices,
Les singes, les scorpions, les vautours, les serpents,
Les monstres glapissants, hurlants, grognants, rampants,
Dans la ménagerie infâme de nos vices,

Il en est un plus laid, plus méchant, plus immonde!
Quoiqu'il ne pousse ni grands gestes ni grands cris,
Il ferait volontiers de la terre un débris
Et dans un bâillement avalerait le monde ;

C'est l'Ennui ! - l'oeil chargé d'un pleur involontaire,
Il rêve d'échafauds en fumant son houka.
Tu le connais, lecteur, ce monstre délicat,
- Hypocrite lecteur, - mon semblable, - mon frère !

(Au lecteur - Charles Baudelaire - Le fleurs du mal)

(Um passarinho vermelho contou-me que Marilena Do Oiapoque eu Caí escreverá "As Flores do Mao". Será verdade? Será mentira? Ou só fruto de sua imaginação? Espero que seja verdade. Essa humorista entendida (hummmm) em Spinoza realmente me faz gargalhar)

12/29/2007

Meu coraçãozinho só entende o que é cruel e o que é paixão

Vocês dirão que o título do post é manjado, brega, de mau gosto mesmo. Mas quem disse que não sou brega e manjada? Vergonhosamente sei de tudo isso, inclusive que é uma frase de um dos candidatos com maior chance de ganhar o prêmio Tourvel de breguice. Vocês sabem que eu falo do bigodudo cearense. Mas meia noite e meia, eu saí na varanda, fui ver a lua no céu. O que era aquilo? O céu estrelado, a lua belíssima (claro que dentro das condições da cidade mais charmosa do Brasil, que, mané, o Rio o quê?). Só que eu olhava para a lua e enxergava o rosto dele, olhava para qualquer estrela -e olha que nem era das mais brilhantes, e eu enxergava o rosto dele. Com o dedo indicador (hummmm), quase toquei sua face (aí veio em minha cabeça a senhora minha mãe, dizendo: “Não aponte estrelas, nascerão protuberâncias em sua pele”. Logo, saí da posição ridícula na qual me encontrava. Vai que o que mamãe falava era uma das verdades da vida, o seguro morreu de velho). Voltando ao rosto dele (que rosto), descobri que estou apaixonada e eu sofro quando me apaixono. Dizem que a paixão é o lado bobo do amor. Também acho, mas e daí? O problema é que choro toda vez que constato que a vida não é feita só de bom séquiço e um bom vinho. Então, ontem, sentei (hummmm) na piedra e chorei. Não sei quando verei o rosto (e todo o resto) dele novamente, só sei que desejo. Monsieur Tourvel que não me ouça, mas estou apaixonada. Mas Monsieur Tourvel não tem com que se preocupar, afinal tenho consciência que “desse jeito não vou ser feliz direito, nem viver satisfeita, porque o amor é uma coisa mais profunda que um encontro casual, que uma transa sensual”, como disse um analista amigo meu em sua Divina Comédia Humana de Dante.

(Por causa do hilariante bigodudo que mora na filosofia, você sabe que este post é para você, menino bonito. Hoje. E para o resto de meus dias)

12/26/2007

Uma merda na cabeça, uma câmera no círculo íntimo

O fato, queridos, é que no dia 25, data em que se comemora o dia do nascimento do filho do Todo Phoderoso, fica ainda mais difícil assistir à TV. Para vocês terem uma idéia, sei lá por qual razão, minha TV a cabo estava com problemas e melancolicamente resolvi assistir TV aberta. Que porcaria. Se o Todo Phoderoso existisse de verdade, jamais deixaria que isto acontecesse. Fiquei zapeando. Pus na TV CuRtura. A cada dois segundos ouvia-se a voz daquele indefectível locutor: CuRtura, uma TV cada vez mais pública. Santo Todo Phoderoso, Genésio, Maria, José e o presépio todo. Sei que é uma frase de duplo sentido, pegadinha do Mallandro mesmo. Cada vez mais pública, pois eu, você, nós sustentamos aquela parafernália toda para nos presentearem com programações cada vez mais bizarras. Ou você que assistiu quando criança ao Vila Sésamo, acha que o que eles estão fazendo agora é realmente o Vila Sésamo? Vocês já viram o novo Garibaldo? Voz de pirobo. Na primeira versão, era o Laerte Morrone quem fazia. Sei lá se ele era fruta ou não (dadas as circunstâncias da foto...), mas a voz era máscula. Cada vez mais pública, para dizer que é para o povão deste Brasil-sil-sil-sil. E eu que só queria que privatizassem a Fundação Padre Punheta. Claro que não para o Pastor das multidões, ou para o RR Jô Soares (Deus me livre). Imagine que eu ou você, caro leitor, podemos aceitar Paulo Meucu, aquele comunistazinho de mierda, como presidente daquela josta? Bem, o fato é que num certo momento começou um programa apresentado pelo Leon Cakof (boa coisa não podia sair dali. Plagiando a Folha: é o terceiro pirobo da esquerda para a direita). Mostra de Cinema. Aí, o fofo andou um pouquinho e sentou (hummmm) em uma poltrona e disse que o filme que assistiríamos era norueguês. Logo pensei: hoje não estou com vontade de pensar. Não penso, logo não existo. Ótimo. Poupo um monte de gente de ouvir muita merda por metro quadrado. Quero um bom Clint Eastwood, um bom Charles Bronson, ou seja, um bom brucutu. Tirei daquele maldito canal (hummmm) público. Pus no (hummmmmmmmm). A última vez em que assisti ao Jô (não faz tanto tempo assim), foi para assistir a uma entrevista que Jô fez com um grande amigo meu. Que droga é aquele programa? O cara traz um professor de Português em plenas férias escolares? Dirão vocês: você não pensa nos intelectualmente prejudicados que ficaram em recuperação? Não, não penso. Se eu fosse professora, jamais deixaria algum aluno em recuperação, reprovaria direto, pois recuperação nada mais é do que um disfarce para o professor chamar o aluno de burro, mas vou lhe dar uma chancezinha. Portanto, queridos, não se iludam, no dia do Genésio, se sua TV a cabo falhar, alugue um bom filme ou escreva posts em seu blogue, mesmo que ninguém leia. Poderia recomendar ler um bom livro. Mas se você não possui uma biblioteca vasta comprada a metro na Livraria CuRtura onde constam crássicos da literatura, mas somente leiteratuta atual como "O Segredo", "Eu Sei Que Vou Te Amar" ou qualquer dos trocentos e dezenove livros escritos por Gabriel Xiita, o eterno Ministro da CuRtura do Geraldão; não recomendo, não. Posso ser uma professora severa, mas não castigo meus amiguinhos com palmatória, nem lavagem cerebral, tá bom? Está bem, tem o "Lula É Minha Anta", mas esse, tenho certeza que todo mundo já leu e releu de tão bom que é. O Diogão já encheu o rabicó de moedinhas (coisa muito salutar) e agora me contou que abrirá (hummmm) seu apartamentão em Ipanema para a Revista Caras, ou seria Bundas (acho que não é a Bundas, não. Se Mainardi sair na Bundas, corroborará todo pensamento maluquinho daquele engajado em anistiar o Tinhoso.)

12/25/2007

Esse é um dos maiores... um dos grandes... (1)

Esta é uma nova seção do blogue que também requer interatchividade. Eu lasco um nome e vocês, queridos leitores, vão carcando predicados aos sujeitos de catchiguria. Não ficou claro? Querem exemplo desenhado? Então vamos lá: eu digo o nome: Lula. Vocês dizem: É um dos maiores... um dos grandes... "feladaputa". Ficou claro? Vamos ao primeiro da lista:

- Carlos Heitor Cony, é um dos maiores... um dos grandes...

Papai Noel

Feliz Natal. Não é porque sou uma atéiazinha de merda que não vou desejar um Feliz Natal pra todos. Já disse que sou bipolar e as histórias do Genésio (by Mr. Guavaman) são bem boladas, como diria nosso Silvio Berlusconi. Acho o máximo quando ele transforma a água em vinho Chapinha (embora, se eu fosse ele, transformaria em pro secco da melhor qualidade, mas aí ele estaria favorecendo aos romanos, aqueles imperialistas desgraçados). Por Baco, por Baco. Mas confesso que nesta época do ano fico mais sensível, mais caridosa e frases do tipo "Paz na Terra e aos Homens de Boa Vontade", mexem comigo. Choro feito uma manteiga derretida. Este ano de 2007 não poderia ter sido melhor (calma pessoas, "bom pra mim" não quer dizer que foi bom para o Bananão, afinal, blogue, nada mais é que um diarinho. Nós, blogueiros (como se eu já fosse uma), é que nos achamos acima do bem e do mal). Papai Noel (acredito nele, e daí?) foi bem bacana comigo. E não só em dezembro, mas o ano inteiro. Passei por mudanças radicais em minha vidinha sem morrer por isso. Chega de falar de mim. Parabéns, Genésio, você merece.

12/23/2007

De quem é esta pérola? (1)

Como estou animadinha pelo início do blogue, já começo com um tópico (adoro esta palavra), que será uma constante em minhas postagens. Trata-se do "De quem é esta pérola?" A pérola pode ser boa ou má, verdadeira ou daquelas que se compram a metro na 25 de Março .Começarei com uma (das boas, mas não vá se acostumando), em que o autor explica exatamente onde nos danamos e é o retrato do nosso fracasso (isto é uma pista, tá bom? ;)

O que torna a democracia incomparavelmente superior a todos os outros sistemas não é o método de escolha dos governantes, e sim a possibilidade que ela dá de nos livrarmos deles. Um professor Luizinho pode embolsar 30 000 reais, mas uma democracia sempre irá dispor de mecanismos para puni-lo. Quando esses mecanismos deixam de funcionar, a democracia não serve para mais nada. Ela perde o sentido. Foi exatamente o que aconteceu conosco. O país poderia ter dado certo. Não deu. Pena.

Tenho uma grande esperança que alguém um dia lerá essa joça de blogue e vai responder direitinho quem é o autor desta pérola. Prometo sempre responder no dia seguinte, quando houver comentaristas, óbvio.

Um minuto nesta noite

Boa noite a todos os nenhum leitores que neste momento me prestigiam. Sou Marie Tourvel. E quem é Marie Tourvel? Sou eu mesma. Sofro, choro e me descabelo quando leio ou ouço algo com sustância. O que é algo com sustância, perguntará você, leitor? Ora, pode ser Auden ou pode ser uma música cafona da Carmem Silva. Vocês não sabem quem é Carmem Silva? Durante minhas postagens vou mostrar quem é esse ícone da música bananeira. Vou falar de tudo um pouco neste bloguinho. Só não quero que se iludam. Escrevo de tudo, mas tudo muito mal. Já aviso que sou uma daquelas direitistas reacionárias e golpistas que se agarram à muletas do tipo mainardianas, azevedianas e... acho que é só. Ainda existe jornalista que não é chapa-branca neste mundão de meu Deus? Poderia falar também que sou olavete, mas o Olavão anda meio malucão, convenhamos. Sou do tipo que as pessoas xingam por eu não ter a menor dó de atrizes bonitas como a Letícia Sabatella, que se descabelam por causa de padres que, durante uma greve de fome, assaltam geladeiras na madrugada; criticam o capitalismo selvagem, o lucro, mas não deixam de ganhar seu salariozinho na Rede Grobo. Sim, sou ambígua. Podem dizer que sou bipolar. Mas, quem não é?, como dizia o mavioso Tavares do Chico Anísio. Certo, biscoito?